A orientação da diplomacia brasileira já era evitar reagir com antecedência e esperar os movimentos de Trump para negociar nos bastidores. O acordo com os dois vizinhos indica o presidente dos Estados Unidos usa como estratégia a política do medo, de assustar a todos para tentar se impor. No caso do México e do Canadá, a política na base do grito funcionou porque os dois vizinhos dependem muitos dos Estados Unidos.
A dúvida agora reside em como Donald Trump irá tratar a China. Os chineses primeiro avisaram que vão recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio). Hoje, anunciou retaliações contra produtos importados dos Estados Unidos. Se Trump espera agora sentar para acertar um meio termo pode encontrar mais dificuldade. Afinal, a China depende muito menos dos Estados Unidos e não é dada a fazer concessões diante de ameaças.
Além disso, a China já está se preparando para reduzir suas relações comerciais com os Estados Unidos, expandindo seus negócios com outros países. A política protecionista de Donald Trump pode ser a oportunidade para os chineses aprofundarem mais essa estratégia. A União Europeia já fez esse alerta a Trump. Se ele insistir nessa guerra comercial, quem vai se dar bem é a China.