Um levantamento conduzido pela consultoria Travessia – Estratégias em Inclusão revelou que 53% dos profissionais LGBT+ entrevistados já testemunharam situações de discriminação no ambiente de trabalho.
Embora a grande maioria reconheça ambientes seguros onde prestam serviço, como liberdade para falar sobre a orientação sexual (89,11%), 75% dos entrevistados afirmaram que suas empresas não possuem programas de contratação afirmativos para profissionais LGBT+, e 60% destacaram que não há metas institucionais para a inclusão dessa população.
O estudo, intitulado Experiências LGBTQIAPN+ no Ambiente de Trabalho, contou com a participação de 112 pessoas e destacou desafios enfrentados por essa população no mercado corporativo brasileiro. As entrevistas ocorreram entre os dias 10 de junho e 12 julho do ano passado, mas apenas agora foi divulgada.
Conforme os dados, 3,56% das pessoas ouvidas residem na região Nordeste, 89,89% na região Sudeste, 5,34% na região Sul e 0,89% no Distrito Federal. A maior parte dos participantes estão na faixa etária entre 29 e 44 anos (53,57%).
Um dos dados alarmantes da pesquisa aponta que 24% dos entrevistados relataram ser vítimas de tokenismo – prática em que empresas adotam medidas superficiais de diversidade sem promover mudanças estruturais efetivas.
Para a advogada Michelle Heringer, especialista em assédio no trabalho, é essencial que as organizações avancem para além do discurso e implementem medidas concretas para inclusão.
“A construção de um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo exige comprometimento das lideranças, políticas claras de diversidade e canais seguros para denúncias. Além de ser uma obrigação legal e ética, promover a inclusão fortalece a cultura organizacional, melhora o clima interno e impulsiona a inovação, já que equipes diversas tendem a ser mais criativas e produtivas”, afirma.
A pesquisa também revelou que 75% dos participantes afirmaram que suas empresas não possuem programas de contratação afirmativa para profissionais LGBT+, enquanto 60% disseram que não há metas institucionais voltadas à inclusão dessa população.
Michelle Heringer também alerta para os efeitos prejudiciais do preconceito dentro das empresas.
“O preconceito pode se manifestar de diversas formas, desde piadas e comentários inadequados até barreiras invisíveis que impedem a ascensão profissional. Muitas vezes, a discriminação ocorre de maneira sutil, mas seus efeitos são profundos, afetando a autoestima, a saúde mental e o desempenho dos trabalhadores”, conclui a especialista.
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