Corpo de idoso foi mantido em apartamento junto a esposa com Alzheimer por 4 dias, diz filho


Delegada Fernanda dos Santos Souza aguarda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC) para confirmar a versão. Polícia Civil investiga os dois filhos do idoso, de 79 anos, encontrado morto dentro da própria residência em Santos (SP). Situação da casa onde a mulher com Alzheimer e o filho conviviam com o idoso em Santos (SP)
Reprodução
O idoso de 79 anos encontrado morto no próprio apartamento em Santos, no litoral de São Paulo, foi mantido no imóvel por quatro dias. A informação é do filho dele, de 47, investigado pela Polícia Civil. Ele disse ter ficado ‘abraçado’ ao cadáver junto com a mãe, diagnosticada com Alzheimer.
Ao g1, delegada Fernanda dos Santos Souza, que investiga o caso, informou que aguarda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC) para confirmar a versão.
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De acordo com o boletim de ocorrência (BO), a corporação quer descobrir se o idoso morreu em decorrência de maus-tratos ou problemas de saúde. O filho, de 47, e a filha, que não teve a idade divulgada, são investigados.
O g1 teve acesso a um pedido de providências enviado pelos moradores do prédio à Promotoria do Idoso do Estado de São Paulo, em 24 de janeiro. No documento, eles relataram que o idoso estava doente e não era visto nas dependências do edifício há um tempo — não especificado.
Ainda de acordo com o relato, apenas uma vizinha do prédio ao lado conseguia enxergar o homem sentado em uma cadeira de rodas que pertencia ao edifício para emergências. Ao g1, a delegada contou que esta foi a posição em que o idoso foi encontrado em estado de decomposição.
“Ele morreu na segunda-feira e o mandado foi cumprido na quinta. Então, em tese, estaria [morto] há quatro dias. Foi o próprio filho que forneceu essa informação”, explicou Fernanda.
O documento dos moradores tinha como objetivo solicitar uma avaliação da integridade física, médica e emocional do casal de idosos. Por meio de nota, o Ministério Público (MP) afirmou que também investiga o caso.
Delegacia de Proteção ao Idoso de Santos, SP
Carlos Nogueira/Prefeitura de Santos/Divulgação
O caso
Policiais civis da Delegacia de Proteção ao Idoso da cidade foram até o apartamento da família, no bairro Embaré, para cumprir um mandado de busca e apreensão expedido pela Vara da Infância e da Juventude e do Idoso do município.
De acordo com o BO, os agentes interfonaram no imóvel, mas não foram atendidos e precisaram acionar um chaveiro para entrar na residência na última quinta-feira (6). No local, os policiais se depararam com a mãe, o filho e o corpo do idoso.
“Eu pedi para levá-lo [filho da vítima] para a delegacia e aí ele foi ouvido. Perguntei para ele por que o pai estava lá ainda. Ele falou assim: ‘Porque a minha mãe estava abraçada nele e eu também'”, explicou a delegada.
Conforme relatado no registro policial, a corporação aguarda o resultado do exame necroscópico do idoso para esclarecer as circunstâncias do óbito. O objetivo é descobrir se o homem morreu em decorrência de maus-tratos ou problemas de saúde.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como morte suspeita, encontro de cadáver e exposição ao perigo da integridade e saúde. A idosa foi levada para um abrigo enquanto a Polícia Civil investiga o filho do casal e a irmã dele.
Baixada Santista possui delegacias especializadas em crimes contra idosos
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