Exército abre inquérito para investigar 4 militares por possíveis crimes na elaboração de carta golpista em 2022

O Exército Brasileiro abriu nesta terça-feira (27)um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar quatro militares por possíveis crimes relacionados à elaboração da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”. Essa carta, segundo investigações da Polícia Federal, foi utilizada como instrumento de pressão ao então comandante do Exército, General Freire Gomes, para que ele aderisse a um golpe de Estado em 2022.
De acordo com informações divulgadas pelo Centro de Comunicação Social do Exército, a decisão de abrir o inquérito ocorreu após uma sindicância que investigou a participação de 37 militares na produção, assinatura ou disseminação da carta. Desses, 26 foram punidos com base no Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), incluindo 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento.
A sindicância concluiu que havia indícios de crime na confecção da carta, o que levou o Comandante do Exército a determinar a instauração do inquérito para aprofundar as investigações. Os quatro militares inicialmente citados no IPM já haviam sido questionados durante a sindicância.
Em depoimento à Polícia Federal (PF) no início de março, o General Freire Gomes confirmou que tomou conhecimento da carta através do setor de Comunicação Social do Exército. Ao ser questionado sobre se o documento foi elaborado para pressioná-lo a aderir ao golpe de Estado, Freire Gomes respondeu afirmativamente, destacando que ordenou investigações em todos os Comandos de Área para identificar os envolvidos e adotar as medidas necessárias.
O ex-comandante enfatizou que considera inapropriada a participação política de oficiais da ativa das Forças Armadas, como ocorreu com o documento em questão. Para a PF, a carta é um elemento central nas investigações sobre o envolvimento de militares em uma tentativa de golpe contra o governo democrático.
O andamento do inquérito policial militar e suas conclusões serão determinantes para entender a extensão da participação dos militares nos eventos de 2022 e as consequências disciplinares e legais que poderão seguir.
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