Eduardo dos Santos Chagas, de 15 anos, tem usado a dança para superar a rejeição e o bullying. No caminho, ele descobriu na dança um talento e sonha em ser bailarino profissional. Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
Arquivo pessoal
Um adolescente de 15 anos, que tem síndrome de down, encontrou na dança um caminho para superar o preconceito, rejeição e bullying que sofre. Para surpresa dele e da família, mais do que uma válvula de escape, o jovem descobriu talento na dança e sonha em se tornar bailarino profissional.
Eduardo dos Santos Chagas é morador de Taubaté, no interior de São Paulo. Segundo a mãe dele, Eliane Chagas, apesar de ser um jovem sociável e carinhoso, Dudu, como é conhecido pelos amigos, sofre muito preconceito.
“Ele é um menino sociável, adora fazer amizade, é carinhoso, mas infelizmente aproveitam da inocência dele para fazer maldades. Ele enfrenta muita discriminação entre os colegas, professores e até entre conhecidos”, lamentou.
Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
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Diante das dificuldades, Eliane, que é professora, diz que já tentou a todo custo conscientizar quem está à volta de Dudu sobre a personalidade do filho e as limitações que enfrenta, mas sem sucesso. Ela diz que os desafios para quem tem síndrome de down ser aceito na sociedade ainda são muitos.
“Ele não sabe ler e nem escrever, não conseguiu desenvolver cognitivos, mas fez todo tipo de terapia possível. Ele é um menino bom, carinhoso, amigo, que não sabe mentir. Na escola, os alunos fazem maldades, colocam a culpa nele e o Dudu que vai para o castigo. Já teve escola particular que recusou aceitar ele como aluno, por ser síndrome de down. Por ele gostar de abraçar, já acusaram ele de assédio. E por não saber mentir, já teve até familiar que pegou bronca, por ele me contar a verdade de determinada situação”, explicou.
Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
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O que é motivo de tristeza para mãe e filho, acabou unindo ainda mais os dois, que são companheiros em todos os momentos, inclusive na dança. Eliane conta que já fazia aulas de dança e o que o filho sempre a companhava, mas do outro lado do palco, apenas assistindo.
Em uma oportunidade, convidaram Dudu para uma aula experimental, ele descobriu um talento, passou a fazer parte de uma turma de iniciantes, conquistou uma bolsa integral em uma academia de Taubaté e hoje se encontrou na dança.
Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
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A evolução do filho fazendo balé, jazz e sapateado é tão grande, que ele já tem feito até apresentações para grandes plateias. Com talento e carisma, Dudu, que até então sofria preconceito e rejeição, encontrou nos colegas de dança uma segunda família e na plateia diversos fãs que se encantam a cada apresentação do jovem.
“Após sofrer rejeição, bullying e preconceito, ele foi recebido de braços abertos pela academia de dança e se descobriu um grande bailarino. Ele se deu tão bem com a dança, que até pirueta ele dá, algo que nunca imaginei, por ser algo difícil, ainda mais para ele que tem um reflexo mais lento”, contou.
Após sofrer preconceito, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança
Mesmo com um pouco de dificuldade na fala, Dudu fez questão de conversar com o g1 e contou que ama dançar, está empolgado para as próximas apresentações e que pretende seguir na dança até quando os cabelos estiverem grisalhos.
“Eu gosto muito de dançar, gosto mais de dançar sapateado. Gosto da apresentação da Frozen (um dos espetáculos que apresenta com a academia). Quero dançar sempre. Já estou deixando tudo arrumadinho (mala e figurinos) para a apresentação”, contou Dudu.
Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
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Eliane conta que está realizada em ver o filho se desenvolvendo, conseguindo fazer amigos e se tornando inspiração para outras pessoas. Para ela, o acolhimento que o filho tem recebido é motivo de orgulho como mãe, mas também um passo importante para maior inclusão das pessoas com a síndrome de down.
“Inclusão é ser tratado da mesma maneira. Sinto que houve inclusão na dança. Hoje ele arruma a própria mala para as apresentações, fica contando os dias no calendário para as aulas e para os espetáculos, fica ansioso para dançar”, disse Eliane.
“Ele está indo tão bem, cada dia que passa está encantando a todos, está se sobressaindo, mas mais do que isso, a autoestima dele está diferente. Quando ele apresentou foi um alvoroço tão grande, não sabia que ele era tão conhecido. Gritavam o nome dele! Ele se soltou, nem parecia que estava no palco”, lembrou.
Após sofrer preconceito e bullying, adolescente com síndrome de down ganha bolsa em escola de dança no interior de SP.
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