Na noite deste domingo (5), enquanto aguardavam apreensivos o anúncio do prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, muitos brasileiros podem ter experimentado uma sensação de déjà vu – ou pelo menos aqueles que já tinham idade suficiente para assistirem à mesma premiação em 24 de janeiro de 1999. Naquele ano, Fernanda (a Montenegro) subiu ao palco, junto de Walter Salles, para receber um prêmio: o de melhor filme em língua estrangeira por Central do Brasil.
Assim como acontece agora com Ainda Estou Aqui, o longa protagonizado por Fernanda Montenegro e Vinicius de Oliveira também foi um sucesso estrondoso na época. Levou a melhor em premiações como o Globo de Ouro, o New York Film Critics Circle Awards, o BAFTA e muitos outros. Só não deu para o Oscar. Ainda hoje, brasileiros revoltam-se com o prêmio de melhor atriz “roubado” por Gwyneth Paltrow.
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O Brasil da pobreza, do analfabetismo e de um afeto inexplicável
Dora (Fernanda Montenegro) é uma professora aposentada que, para complementar a renda, trabalha na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, como “escrevedora de cartas”. Sentada em uma pequena mesa, ouve as mais diversas histórias de quem não sabe ler e escrever, mas quer se comunicar com parentes, amantes e amigos que moram distante. Anota tudo e promete colocar a correspondência no correio – o que, no final das contas, nunca faz.
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A aversão de Dora a sentimentalismos é colocada à prova quando conhece o menino Josué (Vinicius de Oliveira) e sua mãe Ana (Soia Lira). A pedido deles escreve uma carta para Jesus, o pai, que vive no interior do Nordeste e que nunca conheceu o filho caçula. Ana pretende levar Josué para conhecê-lo, mas os planos são interrompidos quando ela morre atropelada por um ônibus na frente da estação de trem.
A contragosto (e depois de uma série de contratempos), Dora se convence a levar o menino, agora sozinho no mundo, até o pai, no sertão nordestino. Ao longo desta viagem, os espectadores são presenteados com as atuações tocantes do par de protagonistas e com um belo retrato (tão multifacetado) do povo brasileiro.
Separados por décadas de vida mas unidos por experiências duras e semelhantes, os dois aos poucos tornam-se melhores amigos. O amargor da relação conflituosa, da fome e da desesperança é intercalado com momentos tocantes e, quando sobem os créditos, resta a certeza de que o encontro entre Dora e Josué mudou para sempre a vida de ambos.
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