Saiba por que Alexandre Nardoni terá saída temporária menor do que outros presos


O benefício da saída temporária teve início nesta terça-feira (12) em todo o estado de São Paulo. Detentos contemplados têm direito a passar sete dias fora do presídio, mas Nardoni só vai poder passar cinco dias em casa. Alexandre Nardoni
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo
Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha, é um dos presos beneficiados pela saída temporária que teve início nesta terça-feira (12), mas, ao contrário da maioria dos presos, que vão poder usufruir de sete dias fora dos presídios, Nardoni só vai poder ficar cinco dias fora da cadeia.
A saída temporária de Nardoni será menor em março, porque em fevereiro o detento entrou com um pedido na Justiça solicitando antecipação de dois dias da saidinha, para que pudesse acompanhar o velório da mãe, que faleceu na capital paulista.
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No pedido feito à Justiça em fevereiro, a defesa de Nardoni argumentou que a medida era necessária para que Alexandre “pudesse se despedir adequadamente de sua mãe, além de apoiar e receber o amparo necessário de seus familiares nesse momento difícil”.
Diante do pedido, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Departamento Estadual de Execução Criminal, acatou a solicitação e autorizou a antecipação de dois dias da saída temporária para que Nardoni pudesse ir ao velório da mãe.
“Autorizo a saída do sentenciado pelo período de 48 (quarenta e oito) horas, independente de escolta e monitoramento eletrônico, a contar do horário em que deixar a unidade prisional, mediante desconto de 02 (dois) dias na próxima saída temporária”, afirmou a juíza na decisão.
Alexandre Nardoni foi condenado pela morte da filha.
Reprodução/ TV Globo
Na época, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmaram ao g1 que a antecipação foi realizada e que Nardoni contou com apoio de escolta policial na saída. Os órgãos destacaram que o comparecimento de presos a velório de parentes próximos está previsto na Lei de Execução Penal.
Procurados pelo g1 nesta segunda-feira (11), o TJ-SP e a SAP não informaram como vai funcionar o esquema redução da saidinha de Nardoni, mas o g1 apurou que para compensar a antecipação, ao invés de deixar o presídio nesta terça-feira (12), ele vai deixar a cadeia somente na quinta-feira (14).
Dessa forma, Alexandre Nardoni vai usufruir dos cinco dias restantes do benefício da saída temporária e deve retornar ao presídio junto com os demais presos, no dia 18 de março.
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Essa pode ser a última saidinha de Nardoni, já que a partir de abril, ele deve passar a cumprir a pena em regime aberto, deixando a cadeia – leia mais abaixo.
O g1 procurou o advogado Roberto Podval, que faz a defesa de Alexandre Nardoni, mas ele não quis se manifestar sobre o caso.
Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo
Laurene Santos/TV Vanguarda
Redução de pena e espera pelo regime aberto
Alexandre Nardoni, condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella, pode sair da prisão a partir de abril para cumprir pena em regime aberto. O detento mantém uma rotina de trabalho e leitura que o ajudou a reduzir em quase 1 mil dias o tempo que ficará atrás das grades.
No ano passado, ele pediu redução da pena que cumpre em Tremembé, no interior de São Paulo, por dias trabalhados e por um livro lido na prisão. O pedido foi aceito pela Justiça de São Paulo ainda em 2023.
O trabalho de Nardoni é realizado na Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap). Dentro da P2 funcionam fábricas de carteira e cadeiras escolares, fechaduras e de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário.
Alexandre Nardoni tem previsão de regime aberto em 6 de abril
Os detentos podem trabalhar diariamente na Funap, com jornadas de horas variadas. O programa tem como objetivo ajudar na ressocialização do detento, ensinando um ofício, além de ser uma forma de reduzir a pena.
Pelo programa de remição de pena pelo trabalho, a cada três dias trabalhados, o preso pode abater um dia de pena, desde que seja autorizado pela Justiça.
Isabella Nardoni morreu em 2008, após ser jogada do sexto andar de um prédio.
reprodução TV Globo
Crime chocou o país
O assassinato de Isabella Nardoni, crime que chocou o país, aconteceu no dia 29 de março de 2008, quando a menina de apenas cinco anos foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento na capital.
Isabella caiu do sexto andar do apartamento onde morava o casal Nardoni, no Edifício London. Para a Justiça, porém, não foi uma queda acidental, mas sim um homicídio. A menina foi agredida e, depois arremessada.
Condenado a mais de 30 anos de cadeia, o pai da menina Isabella cumpre pena desde 2008 na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como P2 de Tremembé.
Alexandre Nardoni atualmente cumpre pena no regime semiaberto. O regime mais brando dá direito a ele às saidinhas temporárias, benefício usado como forma de ressocialização dos presos e manutenção de vínculo deles com o mundo fora do sistema prisional.
Isabella Nardoni
Reprodução
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