Equipamentos e veículos da MWL são arrematados por R$ 9,1 milhões em Caçapava, SP


No segundo leilão, realizado na última segunda-feira (12), lote de equipamentos e veículos recebeu quatro lances e foi vendido por pouco mais de R$ 9,1 milhões Equipamentos da MWL que foram leiloados
Divulgação
Após não receber nenhum lance no valor inicial proposto para leiloar os equipamentos e veículos, a MWL, enfim, conseguiu vender os itens na última segunda-feira (12), em Caçapava (SP), após decretar falência. O valor do arremate, porém, representa somente 51% do que estava previsto inicialmente.
O primeiro leilão, realizado no dia 2 de junho, terminou sem nenhuma proposta dos interessados. O lance inicial era de R$ 17.568.762,07.
Com o primeiro leilão frustrado, um segundo evento para tentar vender os equipamentos foi marcado para a última segunda-feira – dessa vez, com o lance inicial em R$ 8.907.632,37 – quase metade do valor inicial.
O leilão da última segunda, no entanto, contou com quatro lances oferecidos, sendo o primeiro deles o equivalente ao lance mínimo. No entanto, o lote com mais de 800 equipamentos e veículos foi arrematado por pouco mais de R$ 9,1 milhões – cerca de R$ 200 mil a mais do que o valor mínimo. Agora, o leilão só aguarda a homologação do vencedor.
A ideia é que os valores arrecadados sejam usados para o pagamento de dívidas, principalmente em relação ao salário atrasado dos funcionários que foram dispensados na falência.
Falência da fábrica
A Justiça decretou a falência da fábrica MWL no dia 28 de setembro de 2022. A empresa estava em recuperação judicial e não realizava os pagamentos de salários aos trabalhadores desde maio. O pedido foi feito pela Brasil Trustee Administradora Judicial, que passou a ser responsável pela empresa.
MWL em Caçapava
Reprodução/TV Vanguarda
Com a falência, os 220 funcionários da empresa foram dispensados. O Sindicato dos Metalúrgicos esteve em contato com o Tribunal de Justiça e a nova administradora para orientar os trabalhadores sobre as verbas rescisórias. Por lei, o pagamento dos direitos trabalhistas são prioridade.
A MWL, de capital chinês, era a principal fábrica de rodas e eixos para o setor ferroviários da América do Sul, e dois dos seus principais clientes eram o Metrô de Nova York e de Boston.
Histórico de problemas
Em junho do ano passado, após um mês de greve, cerca de 40 funcionários da fábrica receberam telegramas anunciando suas demissões. O texto do comunicado enviado aos trabalhadores informava o desligamento por abandono de emprego. A Justiça do Trabalho, no entanto, suspendeu as demissões de trabalhadores feitas pela MWL, porque elas foram ilegais.
No dia 13 de julho, após mais de dois meses de greve dos funcionários, a Justiça do Trabalho determinou que a empresa pagasse os salários atrasados dos funcionários e aplicou uma multa de R$ 200 mil por conduta antissindical, mas os pagamentos não foram realizados.
No dia 30 de agosto, trabalhadores da MWL iniciaram uma ocupação das instalações da fábrica por tempo indeterminado. A vigília, em sistema de revezamento, era para guardar máquinas e equipamentos, com o objetivo de impedir furtos, já que esses bens poderiam ser vendidos para o pagamento das dívidas.
No dia seguinte ao início da ocupação, em 31 de agosto, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 1,5 milhão da empresa, para que o recurso fosse utilizado na quitação das dívidas e outras despesas que fossem consideradas essenciais.
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