Famílias vítimas de chuva histórica em São Sebastião (SP) iniciam mudança para moradias populares

Os 186 apartamentos construídos em Maresias foram entregues no último sábado (3), mas a mudança das famílias beneficiadas teve início nesta segunda-feira (5). Famílias que perderam tudo em tragédia iniciam mudança para moradias em São Sebastião, SP
Pedro Melo/TV Vanguarda
Famílias vítimas da chuva que devastou São Sebastião há quase um ano começaram a se mudar nesta segunda-feira (5) para as moradias populares construídas em Maresias, na Costa Sul da cidade.
A transferência das famílias, que até então estavam em um conjunto habitacional de Bertioga, acontece três dias após a entrega dos 186 apartamentos de Maresias, em evento no último sábado (3) – leia mais detalhes abaixo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
As primeiras famílias chegaram na unidade por volta das 10h45. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de SP, 10 famílias serão transferidas por dia, até que todos os apartamentos sejam ocupados. Haverá um intervalo durante o carnaval.
João Francisco Alberge, um dos moradores de São Sebastião contemplado no conjunto habitacional de Maresias
Peterson Grecco/TV Vanguarda
Um dos contemplados foi o calceteiro João Francisco Alberge. Primeiro morador a chegar no prédio, ele perdeu tudo na casa que tinha em Juquehy durante o temporal de fevereiro de 2023.
“Perdi tudo. Só ficamos com a roupa do corpo mesmo. Começamos do zero. Já estamos bem colocados novamente. A apartamento está excelente, arrumadinho. Está aprovado”, disse em entrevista à Rede Vanguarda.
Leia mais notícias do Vale do Paraíba e região
Conjunto habitacional de Maresias, em São Sebastião
Peterson Grecco/TV Vanguarda
Entrega do conjunto habitacional de Maresias
Quase um ano após a chuva que matou 64 pessoas em São Sebastião, os apartamentos construídos em Maresias foram entregues no sábado (3).
Ao todo, são 186 moradias entregues. Cada apartamento tem 44 metros quadrados, com sala, cozinha, um banheiro e dois quartos.
O espaço externo conta com área de lazer para crianças, academia ao ar livre, espaço para pets, além de um salão de festas.
Conjunto habitacional de Maresias, em São Sebastião
Peterson Grecco/TV Vanguarda
A cerimônia de entrega reuniu autoridades, como o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PDSB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que explicou o atraso de seis meses na conclusão da obra.
“Falhamos na previsão. No Baleia Verde, por exemplo, você tem uma área que é extremamente hostil para construção. Então o que foi feito? Toda uma preparação para infraestrutura. Nosso objetivo era chegar antes de um ano e todo mundo que perdeu casa estar com moradia, como está acontecendo”, disse Tarcísio no evento.
Conjunto habitacional para desabrigados será entregue amanhã em São Sebastião
Próximas entregas
Além das unidades entregues em Maresias, o Governo deve entregar 518 apartamentos no bairro Baleia Verde. A previsão é que eles sejam entregues na metade deste mês.
Projeção da sala dos apartamentos do bairro Baleia Verde, em São Sebastião
Divulgação/Governo de SP
Tragédia
O temporal que atingiu o litoral em fevereiro deste ano foi o maior registrado em 24 horas na história do país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Confira um resumo da tragédia
A chuva começou no sábado, 18 de fevereiro. Durante a noite, ela já era muito forte e não parou mais. Por conta disso, a maioria dos estragos começou já na madrugada de domingo, dia 19.
A cidade mais prejudicada foi São Sebastião, que teve 64 mortes. A Vila Sahy, na Costa Sul, foi a mais atingida por deslizamentos de terra e ficou totalmente destruída.
Agentes da Defesa Civil em ação conjunta com equipes de resgate, entre eles Soldados do Exército, buscam por pessoas possivelmente soterradas no entorno das casas da Vila Sahy, antiga Vila Baiana, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, após graves deslizamentos de terra devido às fortes chuvas dos últimos dias no local. A vila foi o local mais atingido pela catástrofe que já deixou ao menos 44 mortos em toda a região.
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina