Intenção da montadora é adotar layoff a partir de 3 de julho, por até dez meses. Trabalhadores da GM aprovam proposta de layoff na fábrica de São José dos Campos, SP.
Roosevelt Cássio/Sindicato dos Metalúrgicos
Os trabalhadores da General Motors (GM) de São José dos Campos aprovaram nesta terça-feira (27) a proposta de acordo para implantação de uma nova suspensão temporária de contratos (layoff) na fábrica.
O novo layoff deve ter início a partir de 3 de julho e irá afetar cerca de 1,2 mil trabalhadores, com prazo de duração de até dez meses.
A proposta foi levada para assembleia pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, após a garantia de que todos os trabalhadores terão estabilidade no emprego durante a suspensão dos contratos.
A medida atingirá operários de todos os setores da empresa, que suspenderá o segundo turno durante o período. De acordo com o sindicato, a GM afirmou que o motivo do layoff é a queda na venda de veículos.
A produção na fábrica já está parada desde o dia 12 de junho. Na época do anúncio da proposta, a GM foi procurada pelo g1 e enviou uma nota informando que estava negociando com o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos medidas para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio.
Segundo a montadora, a empresa propôs a realização de um layoff de cinco meses na fábrica de São José dos Campos, com início programado para o dia 03 de julho, podendo ser prorrogado por mais cinco meses.
Após a aprovação da proposta pelos trabalhadores na assembleia, o g1 procurou novamente a GM, mas não obteve retorno.
A GM em São José dos Campos tem cerca de 4 mil trabalhadores e produz os veículos Picape S10, Trailblazer, Onix Joy e Prisma Joy.
GM tem cerca de 4 mil empregados na fábrica em São José dos Campos
Camilla Motta/ G1
Como vai funcionar o layoff
O acordo prevê que os trabalhadores em layoff recebam 100% do salário líquido. Uma parte será paga com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), e o restante será depositado pela GM.
Por conta do não recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), em virtude da suspensão dos contratos, ficou acertado que a GM pagará 8% a mais de salário como forma de compensação. Outro ponto é que os trabalhadores em layoff não terão desconto de Imposto de Renda.
A suspensão dos contratos não irá alterar o período de férias dos operários. Além disso, a GM firmou o compromisso de pagar o 13º salário completo para todos, bem como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e reajuste salarial na data-base da categoria (1º de setembro). Os operários terão ainda o vale-alimentação e o plano de saúde mantidos.
Na vigência de um layoff, a legislação brasileira prevê que os operários façam cursos de requalificação. No caso dos metalúrgicos da GM, o curso será on-line. Por isso, o acordo prevê uma ajuda de custo a ser paga pela GM para gastos mensais com internet.
Linha de montagem da S10 e da Trailblazer em São José dos Campos
GM/Divulgação
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