Relatos citam decisões tomadas pelo secretário adjunto Pastor Paulo Machado, que ocupa o cargo principal na pasta de forma interina após a saída de Nabiha Bestene. Funcionários alegam que assessores pedagógicos foram retirados das escolas onde atuavam e substituídos por pessoas de fora da secretaria. Servidores reclamam de supostas remoções sem motivo e ‘perseguição’ na Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco
Josefran Freitas/Assecom
Servidores da Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco estão reclamando de suposta remoção de cargos sem motivo ou justificativa e também denunciam suposta perseguição no setor desde o início de 2025, quando a ex-secretária Nabiha Bestene deixou o cargo.
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Os relatos repassados ao g1 citam decisões tomadas pelo secretário adjunto Pastor Paulo Machado, que incluem a retirada de assessores pedagógicos das escolas onde atuavam e a substituição deles por pessoas de fora da secretaria, supostamente aliadas do secretário adjunto.
O g1 entrou em contato com Machado, mas não obteve retorno. Já a assessoria de comunicação da prefeitura de Rio Branco informou que irá verificar a situação. A reportagem não obteve retorno até a última atualização.
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🔎 Contexto: Nabiha era secretária desde o início do primeiro mandato de Tião Bocalom (PL) e não foi mantida pelo prefeito no cargo na nova gestão. Desde então, a vaga é ocupada de maneira interina pelo Pastor Paulo Machado, que é secretário-adjunto.
Ainda conforme os profissionais, que pediram para não serem identificados, as remoções começaram no dia 6 de janeiro, e pelo menos 14 assessores já foram removidos por meio de portarias internas.
As remoções, segundo os servidores, começaram após Machado nomear uma nova diretora de ensino, Gervânia Mota, que seria a responsável pela devolução dos assessores, e que foi gerente do Departamento de Gestão da Rede Escolar. O g1 não conseguiu contato com nenhum dos dois citados.
Servidores culpam secretário adjunto Pastor Paulo Machado por mudanças questionadas
Assecom
“O adjunto Pastor Paulo Machado está nomeando gestores com muita pressa, tanto que a diretora de ensino nomeada por ele está retirando servidores sem portaria instruindo para que passem na lotação e saiam do prédio. Sem motivo, já que esses servidores têm preparo e qualificação para ocupar o ensino. Essa situação está causando um desgaste para os mesmos, pois estão sendo obrigados a pedir remanejamento”, contou um dos relatos.
👉 Conforme a lei n.º 8.112/1990, conhecida como Estatuto dos Servidores Públicos, os servidores podem ser removidos de cargos em três possibilidades: de ofício, no interesse da administração, a pedido, a critério da administração e a pedido para outra localidade, independentemente do interesse da administração. Em caso de remoção no interesse da administração, é preciso que haja justificativa e que as razões sejam legais. Remoção é diferente de exoneração.
“Os servidores não receberam uma justificativa para sair, nem secretário de Educação foi nomeado para possíveis mudanças. Os servidores foram informados enquanto o adjunto fazia reunião já apresentando outras pessoas. Os servidores ainda se disponibilizaram a repassar as informações para os novos, porém foi dito: ‘não tem necessidade vá na lotação pedir remanejamento para outro local’. Uma servidora chegou a pedir devolução mas disseram que não davam, mas que ela pedisse lotação em outro lugar”, acrescenta.
Remoção de servidores pode prejudicar resultados da capital acreana que teve o 2º maior no Ideb
Assecom
Além de remoções supostamente sem justificativa e pelo secretário que é interino no cargo, os servidores ressaltam que os profissionais removidos já comprovaram competência para ocupar as funções, e contribuíram para que o ensino na capital tivesse a segunda maior pontuação entre as capitais do país, com média 6,4.
‘Medo e pânico’
Com a incerteza quanto às mudanças, os servidores que permaneceram convivem com um clima de “medo e pânico”. Ainda conforme os relatos, os profissionais ainda não formalizaram denúncia pois têm medo de punições.
“Os poucos que ficaram, estão com medo e pânico. A secretaria, que antes era um espaço acolhedor, hoje tornou-se um inferno. O interessante é que ainda não tem secretário e o Pastor Paulo Machado já fez mudanças perigosas para o ensino, pois esses assessores são reconhecidos pelo MEC, possuem formação qualificada e contribuíram para o melhor resultado do IDEB 2° lugar mesmo pós pandemia. Sexta feira (17) foi o pior dia. Ao chegarem para trabalhar, a diretora de ensino, que nem portaria efetiva tem, devolveu mais de 7 profissionais. Não tem motivo, já que esses servidores sempre fizeram o melhor pela educação. Perseguição de todas as formas, quem ficou está com medo de andar nos corredores”, afirmou.
VÍDEOS: g1