Fábrica de doces em Piquete aumenta quase 70% da produção nessa época do ano. Em São José, uma doceria triplica as vendas. Festa Junina movimenta mercado de doces no Vale do Paraíba
Arquivo pessoal
Paçoca, doce de leite, doce de abóbora e de batata doce. A temporada de festas juninas está aberta e vem acompanhada de muitas comidas típicas. Além de adoçar as celebrações, os doces juninos são também lucrativos, isso porque a procura pelos doces cresce no período das festas e ajuda pequenos negócios a aumentarem a renda.
No interior do estado, na cidade de Piquete, que tem pouco mais de 13 mil habitantes e faz divisa com os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, fica uma fábrica que está trabalhando a todo vapor para suprir as demandas dos doces de festa juninas.
“Nessa época do ano a demanda sobe muito, as festas, o clima, tudo influencia. No inverno, entre junho e julho, minhas vendas sobem de 50 a 70%. Normalmente trabalho com três empregados, eu contratei mais dois e estou querendo trazer mais um ainda, pois não estamos dando conta da procura”, comentou Adriano Zaroni, representante da fábrica Doce Mantiqueira.
Adriano conta que a fábrica tem tradição de mais de 37 anos, começou com seu pai e que depois passou para os filhos.
“Nossa história começou em 1985, com meu pai Pedro Sabão, de 76 anos. Ele e minha mãe, dona Mariazinha, são os fundadores. No início a gente fabricava só balas de café. Em 1987 ele conheceu um rapaz em Guaratinguetá, com quem meu pai aprendeu a fazer esses doces tradicionais, como doce de abóbora, doce de leite, paçoca e outros”, lembrou.
Seu Pedro Sabão e Dona Mariazinha, fundadores da fábrica Doces Mantiqueira
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“Em meados de 1995 meu pai já estava mais velho, então eu e meu irmão Alexandre começamos a tomar a frente do negócio, mas oficialmente eu assumi em 1997”, contou.
O doceiro comentou que a maior parte das vendas da fábrica nessa época de festa junina é para quermesses de paróquias da região, além dos tradicionais clientes que fazem arraiás familiares ou que gostam de fazer os aniversários na temática junina.
“Nós fazemos entrega em todo Vale do Paraíba até Resende (RJ). Eu mesmo faço as entregas, saio normalmente com 240kg de doces no meu carro, sempre de terça a sexta, dá mais ou menos 1,3 mil kg de doce toda semana”, disse.
Festa Junina movimenta mercado de doces no Vale do Paraíba
Reprodução / SP Pra Todos
Segundo o Adriano, a renda da sua família hoje gira em torno exclusivamente do faturamento da fábrica.
“Nossos preços variam de R$ 12 a R$ 14 por bandeja e cada porção tem 350g. Os doces que as pessoas mais procuram nessa época do ano são de abóbora, batata doce branca e roxa, além do tradicional doce de leite”, contou.
Toda produção da fábrica é artesanal, os doces de abóbora e os de batata, chegam a demorar quatro dias para ficarem prontos. Adriano conta que a pandemia trouxe frutos bons e ruins para o negócio.
“A matéria prima subiu muito de 2020 para cá, o inicio da pandemia foi uma loucura, minha embalagem encareceu muito, tive que fazer reajustes no valor senão não ia conseguir manter. Mas minhas vendas, apesar de tudo, não caíram durante a pandemia. Graças a Deus tem se mantido boa, agora o mercado está se acomodando de novo”, explicou.
Jonathan Henrique em frente a sua barraca de doces em um evento
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Vendas triplicadas
Em São José dos Campos, a procura por doces tradicionais também é grande. Jonathan Henrique, de 30 anos, conta que as vendas de sua empresa triplicam em época de festa junina.
“Hoje a renda da minha família vem inteira da fábrica. Essa época do ano de festa junina é a melhor para nós da Sabor de Minas, nossas vendas triplicam, temos muita demanda, produzimos para muitas paróquias que fazem quermesse, ou escolas que fazem festas temáticas”, contou.
A tradição da fábrica veio com o pai do doceiro, Valdecir Ferreira, natural de Minas Gerais, que trouxe para São José dos Campos a ideia de produzir doces típicos de festa junina.
“Aprendi com meu pai, ele veio de Minas, então teve a ideia de fazer os doces e colocar primeiramente na feira. Cresci vendo ele fazer, então tomei um conhecimento um pouco maior, peguei a receita dele e comecei a fabricar e profissionalizar a empresa. Criei a doceria tem oito anos”, disse Jonathan.
Festa juninas agitam mercado de doces no Vale do Paraíba
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“Comecei expondo em feiras, depois em eventos e aos poucos ganhamos o reconhecimento das pessoas, assim igrejas e escolas começaram a procurar a gente para produzir para eles”, disse.
O presidente da fábrica sabe da importância de manter a cultura e tradição viva. “Não proporcionamos apenas doces, com nosso trabalho mantemos a cultura regional e isso que nos motiva a continuar”, afirmou.
Henrique conta que pela produção aumentar nessa época, o quadro de funcionários da fábrica precisa crescer.
“Pela demanda ser muito alta, fazemos mais de mais de 200kg de doces por semana, trazemos mais funcionários para trabalhar conosco, e contratamos alguns vendedores freelance para ficar nos eventos”, narrou.
Além dos eventos que a empresa participa, a doceria também tem alguns revendedores que levam o produto para a capital paulista e litoral norte.
Doces tradicionais movimentam mercado do Vale do Paraíba
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“Os doces que mais fazem sucesso nessa época de festa junina são o doce de abóbora, canjica, maçã do amor e paçoca”, comentou Jonathan.
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