Foram cerca de 200 inscrições no edital. A seleção foi feita por profissionais da música e da cultura, tanto locais quanto nacionais e internacionais: Félix Robatto, músico e produtor cultural de Belém; Adelina Borari, do Grupo Suraras, de Alter do Chão; Lili Buarque, do Festival Carambola, principal evento de artes integradas de Alagoas; e Lucho Pacora, jornalista, produtor cultural e DJ peruano.
“O mais surpreendente é ver que na Pan-Amazônia existe uma riqueza sonora formada por vários estilos e formas de fazer música, e tudo isso parte da mesma essência”, destaca Daniel ADR, rapper, produtor cultural e coordenador da programação. “Além da seletiva ter sido aberta a todos os estados do Brasil e todos os países da Pan-Amazônia, a gente também traz, dentro do edital, mecanismos para garantir a participação de minorias como pessoas negras, mulheres, pessoas trans, pessoas com deficiência. Então é um projeto plural em seu amplo sentido”.
No Aposta, estarão presentes produtores nacionais, curadores de festivais, A&Rs de grandes gravadoras e fomentadores culturais, proporcionando aos artistas uma oportunidade de exposição e networking dentro da indústria musical. Uma chance imperdível para mostrar a potência do som da gigante Amazônia, em todos seus sotaques e ritmos, ao mercado da música do Brasil e exterior.
“Há muitos artistas novos começando e o Psica é um palco importante de visibilidade. Queremos que o festival seja um espaço para cultivar esses talentos. A gente vai colocar convidados do Brasil inteiro e curadores de festivais para estar ali olhando esses artistas. Então é importante os artistas darem o máximo para que esses profissionais do mercado da música possam ver”, diz Gerson Dias, diretor do festival.
O Aposta Psica ocorre no Motins, um circuito de formação que integra o Festival Psica Dourado e promove mais de 20 painéis, oficinas e palestras, que têm entre os convidados nomes como Dona Onete, Mestre Damasceno, Fafá de Belém e Félix Robatto. As inscrições são gratuitas.
O Festival Psica Dourado tem patrocínio máster da Petrobras, do Nubank e patrocínio do Mercado Livre através da Lei de Incentivo à Cultura Rouanet e Ministério da Cultura. O apoio institucional é da Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará. A realização é da Psica Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.
Programação
Quinta-feira, 30 de janeiro:
A programação abre com o Jaafa Reggae, original da Vila de Apeú, em Castanhal. Com 20 anos de existência, a banda tem três discos lançados e um EP. Em seguida, O Shoock sobe ao palco. Multiartista do slam, ele combina rap, poesia marginal, ativismo e ritmos populares da diáspora maranhense. Também atração do dia 30, D’água Negra é um trio vocal de Manaus que mistura elementos eletrônicos com soul e jazz. A noite traz ainda o Batucada Misteriosa, sob bênçãos do Mestre Nego Ray, originários das rodas de carimbó do Espaço Cultural Coisas de Negro, em Icoaraci. O line-up segue com o coletivo Ver-o-Brass. A partir de arranjos elaborados para instrumentos de metais, o grupo resgata obras de mestres da música amazônica e latino-amazônica. Artista indígena do Peru, Rawa mostra o poder da ancestralidade em suas canções. A primeira noite encerra com show de Ian Wapichana, artista indígena de Roraima.
Sexta-feira, 31 de janeiro:
A segunda noite abre com o universo sonoro amazônico-caribenho-afro-latino-americano do projeto Raízes Latinas, fruto da amizade do mestre Nazaco Gomes – percussionista e pesquisador de ritmos latinos, amazônicos e caribenhos há 40 anos – com o paranaense Gabriel Paixão. A cantora, compositora e atriz paraense Vittória Braun apresenta sua sonoridade, que navega entre o boi, retumbão, samba, bolero, sempre com narrativas afrolatinas. O multiartista Amazônico vem de Itupiranga, sudeste do Pará. A noite traz ainda Thais Badu; o carimbó da banda Toró-Açu; e o pop amazônida do artista amapaense Jhimmy Feiches. Sobe ao palco ainda Doubout Collectif, um coletivo da Guiana Francesa que celebra a cultura criola em sonoridades como hip hop, reggae e o ritmo jamaicano dancehall.
Sábado, 1 de fevereiro:
Já o sábado começa com a Banda Nação Ogan, trazendo o som vibrante da Amazônia com uma fusão única de ritmos afro-brasileiros, nordestinos e nortistas. Flavia Judah vai do reggae, zouk a bachata, e revela todos os sotaques e diversidade sonora da artista, nascida em Macapá, Amapá, e que mora há 14 anos na Guiana Francesa. A artista paraense Liège integra sua ancestralidade afroamazônida à MPB contemporânea em suas canções. A programação traz ainda a dupla de rap Lary Go & Strela, de Manaus; a música eletrônica de Frailejón, que mistura sons tradicionais colombianos a experimentações do rock, funk, jazz e world music. Encerra o line-up do Aposta o carimbo ancestral de Mestre Osmarino, indígena da etnia Kumaruara, originário do coração da Resex Tapajós.
Serviço:
Aposta Psica será nos dias 30 e 31 de janeiro, e 1 de fevereiro, a partir de 20h, dentro da programação Motins, no Bar da Residência, na Tv. Três de Maio, 1525 – São Braz. Entrada franca.
Line-up
DIA 30/01
21h – Jaafa Reggae
21:40 – O Shoock
22:20 – D’Água Negra
23:00 – Batucada Misteriosa
23:40 – Ver o Brass
00:20 – Rawa
1:00 – Ian Wapichana
DJs e artistas convidados
Dia 31/01
21h – Raízes Latinas
21:40 – Vittória Braun
22:20 – Amazônico
23:00 – Thais Badu
23:40 – Toró Açú
00:20 – Doubout
1:00 – Jhimmy Feiches
DJs e artistas convidados
Dia 1/02
21h – Nação Ogan
21:40 – Flávia Judah
22:20 – Liege
23:00 – Luxuosos Corações
23:40 – Lary Go e Strella
00:20 – Frailejon
1:00 – Mestre Osmarino
DJs e artistas convidados