A deportação de Trump e o Brasil

Brasileiros deportados dos EUA receberam comida e puderam tomar banhoAntônio Lima/Secom

No meio desse pequeno furacão cujo motor central foi a política de imigração norte-americana, o Brasil também se viu obrigado a lidar com os seus próprios deportados, enviados para cá em aviões do governo dos EUA.

Esses aviões pareciam mais adaptados a transportar carga do que pessoas. Os relatos são de instalações precárias, ausência de ar condicionado e maus tratos aplicados pelos funcionários americanos envolvidos. Além disso, os deportados chegaram algemados e com correntes nos tornozelos.

Brasileiros sendo deportados pelos EUACasa Branca/Divulgação

Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, protestou contra o tratamento dispensado aos brasileiros, por ele classificado de “indigno”. Com razão o ministro. É de fato indigno tratar com algemas, correntes e maus tratos todas essas pessoas que, para piorar, nem criminosos são.

O Brasil, nesta questão em específico, ocupa uma posição secundária. Na comparação com o México, por exemplo, a diferença é imensa. Para 2022, foram 4 milhões de mexicanos ilegais contra 230 mil brasileiros na mesma condição.

Assim, não se trata de um problema realmente grande para o Brasil que, em verdade, tem desafios maiores na outra ponta, na recepção de imigrantes — muitos deles refugiados de guerras, conflitos ou perseguição — muitos vindo de países mais próximos como Venezuela e Haiti, mas também aqueles vindos da Síria, até recentemente em guerra civil.

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