A Polícia Civil do Paraná (PCPR) incorporou nos equipamentos de trabalho dispositivos que detectam impressões digitais deixadas em cenas de crime, facilitando o processo de investigações. A divulgação foi feita nesta terça-feira (4).
Segundo a corporação, os equipamentos foram adquiridos pelo governo do Estado por R$ 11,4 milhões e garantem aos agentes do Paraná “o que há de mais moderno no mundo neste segmento, colocando-os na vanguarda desse tipo de perícia em nível nacional”.
Em uma publicação, a Polícia Civil paranaense afirmou que os dispositivos passaram por treinamentos com papiloscopistas (profissionais especializados em identificação humana por digitais) de todas as regiões do estado, feitos em Curitiba.
Novos equipamentos
Os aparelhos foram desenvolvidos por uma empresa da Turquia e contam com precisão 8K, de acordo com a polícia. Depois do processo de compra pela Secretaria da Segurança Pública, eles foram repassados à PCPR em dezembro.
No total, são 27 novos aparelhos, de três modelos diferentes, distribuídos para todas as regiões do Paraná. A Polícia Federal conta que eles são capazes de gerar imagens em altíssima resolução, preservando detalhes e mantendo a integridade das provas que são coletadas em cenas de crimes.
Os três modelos já estão sendo usados em investigações em que suspeitos tiveram contato com objetos ou superfícies.
Dispositivos são de última geração
Entre os novos equipamentos estão 13 tablets 8K com sistema multiespectral para captura de impressões digitais em cenas de crimes. O seu uso também permite aos agentes a visualização de vestígios que seriam invisíveis a olho nu.
Também foram adquiridos cinco aparelhos Contactless Lite para geração de imagens de impressões digitais sem a necessidade de contato físico direto. Eles também são muito úteis para a identificação de impressões digitais em superfícies reflexivas.
Os nove aparelhos restantes são chamados de CSI Pro. Eles são uma espécie de “smartphone robusto”, acoplado a uma câmera que permite a análise de impressões digitais. A câmera de alta resolução e com maior contraste gera imagens que podem ser rapidamente encaminhadas via internet pelo próprio equipamento. A ação facilita o compartilhamento de informações e dados entre os agentes.
Avanço tecnológico inédito no Brasil
O papiloscopista Danilo Lemos Pereira explica, em nota da PCPR, que os equipamentos representam um avanço em relação ao modelo padrão utilizado até então. Para se obter as digitais de superfícies, era necessário o uso de diferentes tipos de pós químicos, de acordo com cada superfície.
“Eles permitem a revelação das impressões digitais mais rapidamente, de forma conectada ao nosso sistema, com rápida inserção delas no banco de dados e comparação com outras amostras”, explicou Pereira. “Por não necessitar mais do uso do pó químico, que entrava em contato direto com as superfícies, as impressões digitais também ficam mais bem preservadas ao longo de todo o processo de investigação.”
Para o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, esse recurso estratégico permitirá o aumento dos índices de resolução de crimes no Estado. “Essas tecnologias representam um salto significativo na eficiência das nossas perícias, garantindo que os crimes sejam solucionados com maior rapidez e precisão”, afirmou.
Treinamento dos agentes
Os treinamentos começaram em janeiro e ao longo de três dias papiloscopistas da PCPR de todas as regiões do Estado estiveram na Capital para acompanhar a capacitação conduzida por técnicos da empresa contratada pelo fornecimento dos três aparelhos. Desde então, os policiais civis estão aptos a utilizar e a instruir outros profissionais da corporação sobre os novos procedimentos padrão a serem adotados no curso das investigações.
Segundo a PCPR, outra turma será formada em fevereiro, garantindo que todas as subdivisões da Polícia Civil contem com papiloscopistas devidamente capacitados para atuar com o novo sistema.