Vídeo mostra milhares de abelhas mortas ou agonizando; apicultores suspeitam de envenenamento em RO


Abelha, da espécie Apis mellifera, o principal agente polinizador da natureza. Apicultor aponta que as abelhas provavelmente estavam na lixeira para “descansar”; entenda. Vídeo mostra milhares de abelhas mortas ou agonizando em RO
Um vídeo registrado em Vilhena (RO) mostra milhares de abelhas mortas ou agonizando próximo a uma lixeira de uma residência nesta semana. Segundo a Associação de Apicultores do Cone Sul (Apamel), a suspeita é que os insetos tenham sido envenenados por algum morador da cidade.
🐝🔎: A abelha que aparece no vídeo é da espécie Apis mellifera. Elas são de origem africana e atualmente vivem em todo o Brasil. Elas são o principal agente polinizador da natureza, com capacidade de polinizar 10 flores por minuto.
Vicente Moreira, presidente da Apamel e apicultor, recebeu um pedido de retirada das abelhas que tinham se instalado na zona urbana. Geralmente esse pedido é encaminhado pelo Corpo de Bombeiros para os apicultores, já que a corporação não tem a estrutura necessária para o trabalho.
Assim que recebeu o pedido, a associação entrou em contato com o morador e informou que iria até o local no dia seguinte. Porém, quando um dos associados chegou no local, encontrou as abelhas caídas ao solo: muitas estavam mortas e outras agonizando. A suspeita é de envenenamento.
Abelhas instaladas em lixeira de Vilhena, RO
Redes Sociais/Reprodução
“Um dia antes estavam todas saudáveis, não tinha nenhuma abelha no chão e hoje eu estive lá e peguei as abelhas. Elas estavam com o mau cheiro e o cheiro do veneno”, relata Vicente.
🔎 De acordo com a Lei Federal 9.605 de 1998, no artigo 29, “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória” sem permissão é considerado crime, com punição de seis meses a um ano de prisão, além de multa.
Vicente aponta que as abelhas provavelmente estavam na lixeira para “descansar”, seguindo a rainha, e logo deixariam o local para procurar uma moradia definitiva, portanto, não causava muitos riscos aos moradores.
“As vezes conseguem voar aí por 15 minutos, até meia hora, mas elas cansam, principalmente a rainha que tem um peso cinco, seis vezes a mais do que uma abelha normal. Então lá onde a rainha pousar, todas pousam. Então elas chegam naquela lixeira para repousa, às vezes por uma hora, duas horas, às vezes 24 horas, mas elas vão atrás do local definitivo. Nesse meio tempo, a pessoa já não espera esse processo aí fazem isso que foi feito, pessoas que não têm conhecimento”, explica.
Segundo o apicultor, o episódio é recorrente e levanta uma discussão sobre a proteção ao meio ambiente e a importância dos grandes animais e dos pequenos.
“A abelha é tão importante para o ecossistema, para a nossa sobrevivência, na questão da segurança alimentar do país, e aí sem falar na produção do mel. E aí a gente vem notando que isso aí não é a primeira vez que isso acontece”, relata.
O g1 entrou em contato com a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) questionando sobre possíveis denúncias e medidas adotadas em relação ao caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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