Aprovada em março pela Anvisa, a dose da vacina chamada Qdenga tem custado entre R$ 358 e R$ 428 nas clínicas da cidade. Especialista explica e defende imunização. Clínicas particulares de São José dos Campos começam a receber vacinas contra a dengue
TAKEDA/DIVULGAÇÃO
Clínicas particulares de São José dos Campos iniciaram nesta semana a aplicação da nova vacina contra a dengue. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, o imunizante está disponível inicialmente apenas na rede privada.
A Qdenga (TAK-003), produzida pelo laboratório japonês ‘Takeda Pharma’, é o primeiro imunizante liberado no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.
Em levantamento feito pelo g1, quatro de 10 clínicas consultadas em São José já têm doses disponíveis e começaram a aplicação. O valor de cada dose varia entre R$ 358 e R$ 428.
Entre as outras clínicas pesquisadas, ao menos três informaram que também receberam a vacina, mas que o preço e o início da aplicação ainda não foram definidos – isso deve acontecer já no início da próxima semana.
O g1 entrou em contato também com quatro redes de farmácia (também estão autorizadas), mas nenhuma delas oferece o imunizante no momento.
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Sobre a vacina
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos;
É aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações;
A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença.
Ela também poderá ser aplicada em quem já teve a doença.
Portanto, não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.
Pediatra Infectologista e Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Dr. Renato Kfouri explica que a eficácia da vacina é considerada ótima: 80,2% contra a dengue e 90% contra casos em que há hospitalização.
Eficácia geral da Qdenga nos testes e redução na taxa de hospitalizações
JN
Por conta disso, o especialista defende a importância da imunização a quem tem condições de, neste momento, acessar a rede privada.
“É um estudo muito longo para a produção, em que foram realizados vários testes que provaram a eficácia e a segurança da vacina. Ano passado batemos o triste recorde de mortes por dengue no país, então, quem pode, deve tomar”, afirma.
“A recomendação é para o público entre 4 e 60 anos. Na Europa alguns países fizeram estudos e liberaram a aplicação a partir dos 4 anos, sem limite superior. Por enquanto a Anvisa entende que o limite máximo é de 60 anos, mas acredito que isso possa mudar no futuro”, explica Kfouri.
Rede Pública
Até então, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia. O imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue.
Em relação ao SUS, ainda não há prazo para que a Qdenga seja disponibilizada na rede pública de saúde. A liberação depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão que assessora o Ministério da Saúde na tomada de decisões desse tipo.
“A dengue é um grande problema de saúde pública. Espero que em breve seja possível introduzir essa vacina no programa público para que o impacto da doença seja diminuído no país”, encerra o infectologista.
Números
O g1 solicitou um balanço com os números de casos confirmados e mortes por dengue neste ano em São José dos Campos, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
Estado de alerta para dengue.
SHUTTERSTOCK/KHLUNGCENTER
Sobre a dengue
Sintomas
Entre os principais sintomas dos pacientes com dengue estão:
dor de cabeça
febre alta de 38°C
dor no corpo e articulações
falta de apetite
fraqueza
dor atrás dos olhos
manchas vermelhas no corpo
O mosquito africano Aedes aegypti é o transmissor da dengue, ou melhor, a fêmea do mosquito
Freepik
Cuidados necessários
não deixar água parada
usar telas em janelas
prevenir a proliferação do mosquito
descartar pneus velhos no local correto
colocar areia até a borda dos pratinhos das plantas
manter as calhas sempre desobstruídas
deixar a caixa-d’água sempre fechada e limpa
Estado de alerta para dengue.
Acácio Pinheiro/Agência Brasília.
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