Polícia Federal cria núcleo especial e intensifica ações contra crimes que envolvem pornografia infantil no Vale do Paraíba


Ao g1, chefe da PF em São José dos Campos falou sobre as características em comum dos abusadores, tipos de crimes, penas e outros tópicos relacionados ao tema PF em operação contra compartilhamento de pornografia infantil em Cachoeira Paulista, SP
Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal criou um núcleo especial e faz uma ofensiva para combater crimes de abuso, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil no Vale do Paraíba. Nos últimos dois meses, foram ao menos cinco ações que resultaram em duas prisões.
Em entrevista ao g1, o chefe da delegacia da Polícia Federal em São José dos Campos, Ivo Roberto Costa da Silva, explicou quais são os objetivos e como trabalha o grupo de combate à pornografia infantil, que conta com efetivo exclusivamente ao tema.
“Nós identificamos o suspeito, cumprimos o mandado de busca e apreensão e fazemos varredura nos equipamentos. Se no momento nós não conseguirmos identificar o material ou se ele compartilhava os arquivos, nossa equipe apreende os dispositivos e os trazem à perícia, que realiza todo o trabalho de inspeção”.
Tipos de crimes e modo de agir
Segundo o chefe da PF em São José, as investigações começam por meio de dois caminhos: denúncia e monitoramento.
No primeiro caso, é quando os policiais recebem a informação, através de denúncia anônima ou identificada, sobre o caso de abuso ou armazenamento desse tipo de material. No segundo, é quando a equipe monitora os dispositivos de suspeitos na internet, principalmente através das redes sociais.
“Esses crimes são silenciosos, porque, na maioria dos casos, a vítima tem medo de denunciar. Geralmente esse medo ocorre quando o suspeito possui algum tipo de vínculo familiar. É o que nós chamamos de temor reverencial”, explicou Ivo.
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De acordo com o delegado, existem dois principais tipos de crimes envolvendo pornografia infantil. Um deles é o crime cometido quando a pessoa armazena o conteúdo em seu computador, celular e qualquer outro dispositivo. Nesse caso, a pena é de 1 a 4 anos de detenção.
O segundo crime é quando, além de armazenar, o indivíduo compartilha esse material. A pena para essa ação varia entre 3 e 6 anos de reclusão.
Características em comum
O criminoso não possui um perfil específico definido – é o que revela o chefe da PF. Segundo o delegado, porém, duas características são comuns nos suspeitos: geralmente são homens, das mais variadas classes sociais e diferentes idades; e, na maioria das vezes, estão relacionados de alguma forma com a família da vítima.
“Às vezes não são nem parentes, mas sim conhecidos da família, como, por exemplo, um instrutor de alguma aula, um amigo do pai da criança ou do adolescente”, explicou.
Ivo Roberto, delegado da PF de São José
Reprodução/TV Vanguarda
De acordo com Ivo, a ideia é que essa ofensiva no combate permaneça intensa. “Esse nosso projeto de combate à pornografia infantil é permanente e nós vamos trabalhar para cada vez mais apresentar melhores resultados e deter essas pessoas”, contou.
Como denunciar
Para ajudar nesse combate, porém, o delegado pede que as pessoas denunciem e, mais do que isso, deem ouvidos quando uma criança ou um adolescente denunciar algum tipo de abuso.
A denúncia pode ser apresentada diretamente à Polícia Federal através do plantão na delegacia ou pelo disque denúncia, que é o 181. Além da PF, qualquer pessoa pode levar a denúncia a outros órgãos, como a Polícia Civil ou Conselho Tutelar, por exemplo.
“O apelo da Polícia Federal é que os pais e os responsáveis acreditem na criança ou no adolescente quando eles denunciarem algum tipo de abuso. Existe um estudo que comprova que somente em 6% dos casos de denúncia a criança está inventando a história de abuso. É um número muito forte”, finalizou.
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