
Declaração do primeiro-ministro interino veio depois que a Casa Branca anunciou que Usha Vance, mulher do vice-presidente americano, fará uma visita oficial ao território esta semana. Primeiro-ministro da Groelândia, Mute Egede
Claus Rasmussen/Ritzau Scanpi/via REUTERS
O primeiro-ministro interino da Groenlândia, Mute Egede, chamou de “interferência estrangeira” a visita prevista nesta semana de uma delegação americana ao território autônomo dinamarquês, cobiçado por Donald Trump.
“É necessário ressaltar que nossa integridade e nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência estrangeira”, afirmou o primeiro-ministro no Facebook.
Egede enfatizou que não haverá “nenhuma reunião” com a delegação que, segundo ele, inclui o conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, e Usha Vance, esposa do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance.
A Casa Branca anunciou no domingo que Usha Vance fará uma visita oficial à Groenlândia de quinta-feira a sábado para assistir, entre outros eventos, a uma corrida de cães de trenó.
“Os americanos foram claramente informados que só poderá haver reuniões após a posse do novo governo”, depois das recentes eleições legislativas, acrescentou Egede.
Desde a derrota de seu partido de esquerda ecologista, Egede governa a Groenlândia de forma interina, antes da formação de um novo governo.
Seu provável sucessor, Jens-Frederik Nielsen, líder do partido de centro-direita que venceu as eleições, classificou recentemente como “inapropriados” os comentários de Trump sobre seu desejo de anexar a Groenlândia.
Sem descartar o uso da força, o magnata republicano já expressou em várias ocasiões o desejo de assumir o controle do território considerado importante para a segurança americana ante Rússia e China.
Coberta em 80% por gelo, esta enorme ilha do Ártico, com 57.000 habitantes, quase 90% deles inuítes, possui hidrocarbonetos e minerais importantes para a transição energética.
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