Maioridade não se reflete na representação política e candidatas femininas são a minoria nas chapas. Mulher segurando o título de eleitor em São Carlos
Ana Marin/g1
O eleitorado feminino corresponde a 52,3% do total do público apto a votar nas eleições municipais que ocorrem em outubro das 42 cidades da área de cobertura do g1 São Carlos e Araraquara, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.
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Ao todo, são 737.040 mulheres e 676.066 homens. Outras 136 pessoas não informaram o gênero, o que corresponde a 0,009% do eleitorado (Confira abaixo os números por município).
Somente seis cidades da região têm mais homens eleitores do que mulheres, são elas: Analândia, Corumbataí, Gavião Peixoto, Itobi, Santa Gertrudes e Santa Lúcia. É o que mostra o levantamento do g1 São Carlos e Araraquara com base nos dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Araraquara é o município com maior proporção do eleitorado feminino, com 53,33%. E Analândia é o número com a menor proporção, com 48,5%.
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Baixa representação na política
O direito femino ao voto e à participação política é recente. As mulheres são maioria tanto na população – segundo o Censo 2022, existem 6 milhões de mulheres a mais do que homens no Brasil -, quanto no eleitorado, mas ainda são minoria nos espaços de públicos e de poder.
Segundo a página TSE Mulheres, entre 2016 e 2022, o Brasil teve, em média, 52% do eleitorado constituído por mulheres, 33% de candidaturas femininas e apenas 15% eleitas. Ainda de acordo com o TSE, nas Eleições Gerais de 2022, 18% das pessoas candidatas eleitas para o Poder Legislativo são mulheres.
Nas últimas eleições municipais, foram eleitas 651 prefeitas contra 4.750 prefeitos e, para as câmaras municipais, eleitas 9.196 vereadoras contra 48.265 vereadores, conforme dados divulgados pelo Observatório Brasil da Igualdade de Gênero.
Nas eleições atuais, nas sete maiores cidades da região, as mulheres representam apenas 17,85% das 28 candidaturas à prefeitura.
Araraquara – cinco candidatos, sendo uma mulher;
Araras – cinco candidatos, sendo duas mulheres;
Leme – dois candidatos, todos homens;
Matão – três candidatos, sendo uma mulher;
Rio Claro – cinco candidatos, todos homens;
São Carlos – três candidatos, todos homens;
São João da Boa Vista – cinco candidatos, sendo uma mulher.
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Voto feminino: um direito recente
A voz das mulheres brasileiras na escolha dos representantes públicos só pode ser ouvida recentemente. O voto feminino no Brasil foi conquistado em 1932, depois de anos de luta, e incorporado à Constituição de 1934, como facultativo. Apenas em 1965, o Código Eleitoral equiparou o voto feminino ao dos homens. Com a decisão, as mulheres puderam também ser votadas pela primeira vez em todo o território nacional.
Antes disso, no entanto, o Estado pioneiro no reconhecimento do voto feminino foi o Rio Grande do Norte, onde a Lei Eleitoral do Estado de 1927 determinou em seu artigo 17: “No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por esta lei”.
Dessa maneira, mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como eleitoras em 1928. Foi também no Rio Grande do Norte que Alzira Soriano foi eleita a primeira prefeita do Brasil, na cidade de Lages, em 1929.
Eleitorado por gênero na região
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