Afogar as mágoas, bombom com licor e enxaguante bucal: as desculpas para recusa ao bafômetro, que subiu 164% no Vale


Dados do Detran mostram que número de condutores que se recusaram a fazer o teste passou de 58 para 153 nos seis primeiros meses deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. Número de recusas ao bafômetro cresceu 164% no Vale
Divulgação/Governo de SP
Afogar as mágoas, bombom com licor e uso de enxaguante bucal são algumas das desculpas usadas por motoristas na recusa ao teste do bafômetro, que cresceu 164% nas cidades do Vale do Paraíba em 2023.
Levantamento do Detran-SP feito a pedido do g1 aponta que 153 motoristas foram autuados por recusa ao teste do bafômetro nas blitze realizadas nos seis primeiros meses deste ano. No mesmo período de 2022, o número foi de 58 autuações.
Somente no mês passado foram 23 motoristas autuados pela recusa. O número é 64,3% maior do que o registrado pelo Detran em junho do ano passado, quando 14 condutores foram multados por não soprarem o bafômetro.
Quais as justificativas para recusa ao bafômetro?
O Detran divulgou uma lista com desculpas comuns e até mesmo ‘esfarrapadas’ usadas por motoristas ao recusarem o bafômetro. Veja a seguir:
Motorista alega ter bebido para afogar as mágoas após o término de um relacionamento;
Por estar resfriado, tomou um remédio caseiro com mel, vinho do porto e gema de ovo, pois melhora os sintomas e fortifica os brônquios;
Ingestão de bombom com licor;
Uso de enxaguante bucal com álcool – inadvertidamente o motorista engoliu o produto;
Condutor alegou que estava com os olhos vermelhos por causa da poluição e que estava a caminho do hotel para descansar;
Motorista pede desculpas e promete ao agente do Detran que agora será um motorista exemplar;
Não quis fazer o teste do bafômetro, pois tem prótese dentária e não queria passar constrangimento já que tinha muita gente no local;
A mangueira de combustível do carro estava entupindo o carburador, razão pela qual o condutor teve que fazer uma sucção na mangueira e acidentalmente acabou engolindo álcool;
Depois de beber duas taças de vinho, ficou com vontade de ouvir seus CDs que estavam no carro estacionado em frente à sua residência, tendo adormecido no local e foi surpreendido com a abordagem;
Estava saindo de um jantar onde comeu um prato que vinha com um molho contendo vinho na preparação;
Não tinha ingerido álcool, apenas tinha ido levar um amigo à rodoviária e lá tomou um café com conhaque para melhorar a tosse e a gripe;
No pós-pandemia, não quis soprar o bafômetro, pois não sabia quem tinha usado o bocal anteriormente (ele é descartável).
Detran faz operação para fiscalizar embriaguez ao volante na rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, em SP
João Mota/TV Vanguarda
Aumento na fiscalização
Paralelamente ao crescimento no número de recusas, houve também uma intensificação na fiscalização por parte do Detran na região. O crescimento, segundo o balanço, foi de 124%.
Isso porque, de acordo com os números, nos seis primeiros meses de 2022 foram 2.900 veículos fiscalizados pelo órgão. No mesmo período deste ano, o número saltou para 6.492 – uma média de quase 36 veículos fiscalizados por dia na região.
O número de fiscalizações neste ano é resultado de 12 ações da chamada Operação Direção Segura Integrada (ODSI). Em 2023, as ações aconteceram nas cidades de São José dos Campos (4), Taubaté (3), Caraguatatuba (2), Guaratinguetá (1), Jacareí (1) e Pindamonhangaba (1).
Infração gravíssima
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, tanto dirigir sob efeito de álcool quanto recusar-se a fazer o teste do bafômetro são consideradas infrações gravíssimas.
Nesses casos, o valor da multa é de R$ 2.934,70 e o condutor responde a processo de suspensão da CNH. Em caso de reincidência em um período de 12 meses, o valor da multa é dobrado e a CNH é cassada.
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