Com motociclistas e pedestres entre maiores vítimas, Campinas atinge 100 mortes no trânsito em 2024; veja números


Segundo o Infosiga, 72% dos óbitos entre janeiro e julho na metrópole foram de ocupantes de motos ou pedestres. Volume representa aumento de 16,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Acidente com moto deixa homem morto e mulher ferida em Campinas
Guarda Municipal/Divulgação
Os acidentes de trânsito foram responsáveis pelas mortes de 100 pessoas em Campinas (SP) entre janeiro e julho de 2024. O número representa aumento de 16,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Motociclistas e pedestres são as maiores vítimas (72%).
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Os dados são Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), atualizados nesta quinta-feira (22), e que consideram ocorrências tanto na malha urbana quanto em rodovias que cortam a cidade.
A Emdec, empresa responsável pela gestão do trânsito nas vias municipais, destaca que por serem as vítimas mais vulneráveis, motociclistas e pedestres são o foco de ações preventivas no município, entre eles, o planejamento para “criação de um programação de priorização de pedestres e piloto em entornos escolares”.
Considerando o tipo de veículo da vítima, a motocicleta aparece como líder nas estatísticas, em que condutores ou ocupantes representaram 43 óbitos em 2024 – alta de 4,8% em relação a 2023.
Já os atropelamentos foram responsáveis pelas mortes de 29 pedestres entre janeiro e julho, aumento de 20,8%. Automóveis (19), bicicleta (5) e ônibus (1) aparecem na sequência, e em três casos, a informação não estava disponível.

Dos 100 óbitos entre janeiro e julho, 49 foram registrados em acidentes em rodovias, 45 em vias municipais e, em seis casos, a informação do local do acidente não está disponível.
A Emdec pontua que faz seu próprio boletim de óbitos, em que cruza dados do Infosiga e da equipe de Gestão de Dados, e que apresentou, no primeiro semestre (janeiro a junho), 36 mortes em vias urbanas, número 8% menor que o mesmo período do ano anterior (39).
Um levantamento do g1 apontou que as rodovias são, sim, líderes em casos de mortes em acidentes na metrópole.
De acordo com especialistas, o problema envolve, em sua grande maioria, uma mistura entre o tráfego de longo percurso e motoristas urbanos, que acabam utilizando estradas como avenidas, e a diferença de atenção entre um perfil e outro, e a combinação disso com a maior velocidade das rodovias, ajuda a explicar os números da acidentalidade.

Considerado as ocorrências mês a mês, julho foi o segundo mais violento do ano, com 18 mortes contabilizadas pelo Infosiga: 17 de acidentes registrados no mesmo mês, e uma de um ciclista vítima de colisão com automóvel em março, e que permanecia internado desde então.
Já abril foi o mês com o maior número de óbitos em acidentes de trânsito na metrópole, com 20. Confira o comparativo com 2023:

Taxa de mortalidade
Com 167 mortes em acidentes de trânsito nos últimos 12 meses (agosto de 2023 a julho de 2024), Campinas aparece com a 5ª maior taxa de mortalidade entre as cidades do estado de São Paulo com mais de 300 mil habitantes.
São 14,65 ocorrências a cada 100 mil habitantes – o município com a maior taxa é Praia Grande (SP), com 16,29. Na região, Piracicaba (SP), com 427 mil moradores, é a que tem o maior índice, de 15,22, o 3º maior do estado de São Paulo.
Considerando a série histórica, iniciada em 2015, a taxa de mortalidade em ocorrências no trânsito na metrópole apresenta crescimento desde 2019, após atingir o menor índice. Atualmente, está em 13,95 óbitos por 100 mil habitantes.
Campinas encerrou 2023 com 161 óbitos nas vias urbanas e rodovias, alta de 7,3% em relação ao ano anterior e maior volume desde 2016.

Plano para reduzir mortes
Campinas apresentou em fevereiro o lançamento de um plano de segurança viária que pretende reduzir o índice de mortes no trânsito na cidade em 10 anos.
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Segundo a Emdec, na última década foram 1.522 óbitos em ruas, avenidas e estradas que cortam a metrópole. A meta estabelecida pela prefeitura prevê evitar 903 mortes até 2032.
Campinas (SP) prevê que plano de segurança viária possa salvar até 903 vidas no trânsito da metrópole entre 2023 e 2032
Reprodução/Emdec
Entre as ações já cumpridas do Plano de Segurança Viária (PSV), a Emdec destaca:
Obras de geometria e sinalização nos eixos das avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodriguez;
Ampliação da malha cicloviária (que alcançou 115 km, sendo 14 km neste ano);
Abordagens educativas em pontos com alta sinistralidade;
Lançamento de boletins mensais de acidentalidade e norteiam as ações preventivas;
Treinamentos focados em fiscalização voltados aos agentes da mobilidade urbana e forças de segurança.
“Também houve a formalização do Observatório Municipal de Trânsito de Campinas, que realiza reuniões quinzenais e é formado por representantes de secretarias municipais e concessionárias”, completa a Emdec.
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André Galassi/EPTV

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