Ibama: 100% das queimadas no Brasil são ação humana, mas ainda não é possível falar em ação orquestrada

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta terça-feira (20) que todos os focos de queimadas florestais registrados no Brasil são resultado de ações humanas, mas disse que ainda não é possível dizer que há uma ação criminosa orquestrada.
“Se foi uma ação organizada, criminosa, isso é o que as investigações vão determinar”, afirmou Agostinho após uma reunião no Palácio do Planalto que tratou de ações a ser tomadas para conter os incêndios.
Em entrevista coletiva, ele destacou que, embora alguns casos sejam resultado de descuido ou acidentes, é crucial que a sociedade entenda a gravidade da situação e mude seu comportamento. “100% dos focos de incêndio no Brasil são resultado de ação humana. Em alguns casos, pode ser descuido ou acidente, mas 100% são causados por pessoas”, declarou.
Agostinho ressaltou que o país está vivendo momentos extremos e que, atualmente, há uma grande estrutura mobilizada para combater os incêndios florestais. “Estamos vivendo momentos extremos e enfrentando situações em que a estrutura está montada: no Pantanal, temos 800 pessoas e na Amazônia, 1.400 brigadistas”, disse. Ele também afirmou que esta é a maior estrutura já empregada no Brasil para enfrentar incêndios florestais.
Sobre as causas dos incêndios, o presidente do Ibama disse que ainda não é possível confirmar se há uma ação organizada e criminosa por trás dos incidentes, embora algumas situações sejam suspeitas. “Agora, se foi uma ação organizada, criminosa, isso é o que as investigações vão determinar. Não temos prova nem indício de que foi organizado, embora alguns estados apresentem situações suspeitas”, explicou Agostinho. Ele mencionou que, em alguns lugares, os focos de incêndio apresentam uma “distribuição uniforme, ao longo das estradas, colocados em momentos de difícil controle”.
Agostinho também comentou sobre a necessidade de uma mudança de perspectiva em relação às mudanças climáticas e à forma como lidamos com elas. “De certa forma, teremos que olhar para a mudança climática de outra maneira. Muito provavelmente, vamos ter que investir bastante em tecnologia, e a humanidade terá que repensar uma série de estratégias daqui para frente”, afirmou.
Por fim, o presidente do Ibama fez um apelo à população para que evite qualquer tipo de queimada neste momento crítico. “O que realmente precisamos enfrentar é que o foco está sendo colocado em pessoas. No Brasil, estão colocando fogo. Esse é o recado que precisamos passar: a sociedade precisa entender que este momento não é hora de colocar fogo no mato ou no lixo”, concluiu.
A mobilização e a conscientização da população são fundamentais para evitar que os incêndios se alastrem ainda mais, especialmente em um cenário de condições climáticas extremas que favorecem a propagação do fogo.
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