Investigação na Fundacc: servidora pública é suspeita de desviar mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba


Documentos obtidos pelo Link Vanguarda colocam servidora sob suspeita. Polícia Civil investiga o caso. Fundacc em Caraguatatuba
João Mota/TV Vanguarda
A Polícia Civil investiga, a pedido do Ministério Público, um possível desvio de R$ 200 mil da Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc). O Link Vanguarda teve acesso a documentos que colocam uma servidora pública sob suspeita.
Uma denúncia anônima foi o ponto de partida. A Fundação Cultural admite as suspeitas e abriu uma sindicância, na semana passada, para investigar a ex-diretora administrativa, Tatiana Batista de Jesus, que foi afastada do cargo.
A Fundacc afirmou em relatório, enviado à Polícia Civil neste mês, que “suspeitou de alguns comportamentos de tatiana”, “tendo em vista que a mesma aparentava um certo nervosismo” e “recebia visitas de pessoas desconhecidas na sede da Fundacc cobrando valores a receber da servidora”
Servidora pública é suspeita de desviar mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba
TV Vanguarda/Reprodução
Ainda de acordo com o relatório, na prestação de contas de maio, ao ser questionada sobre notas pagas para serviços – que a presidência da Fundacc alega desconhecer – Tatiana “justificou que se tratava de alguns reparos estruturais, manutenção de ar-condicionado”, “entre outros serviços prestados”.
Servidora pública é suspeita de desviar mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba
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A Fundação partiu para análise de cada pagamento que envolveu a ex-diretora nos meses de abril e maio e um detalhe chamou a atenção: depósitos bancários feitos pela Fundação na conta pessoal da servidora.
Foram ao menos 25 transferências a partir do dia 27 de abril. A Fundacc diz que o suposto desvio totalizaria cerca de R$ 201,9 mil em dois meses para a conta pessoal da servidora. Na somatória feita pela reportagem, o valor chega a R$ 228,8 mil.
Servidora pública é suspeita de desviar mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba
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A presidente da fundação, que autorizou os pagamentos, não quis gravar entrevista, mas alega no relatório que “por mais que para as realizações das transações bancárias tenha sido utilizada sua senha pessoal, essa função é terceirizada a uma servidora de confiança da presidente que foi coagida e pressionada por Tatiana”. Veja abaixo:
Servidora pública é suspeita de desviar mais de R$ 200 mil em Caraguatatuba
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Em nove meses, essa é a segunda denúncia que evidencia a fragilidade fiscal da Fundacc. Em outubro do ano passado, a justiça condenou a ex-presidente da fundação, Silmara Mattiazzo, a devolver R$ 70 mil reais aos cofres públicos por empregar 45 pessoas de forma comissionada e pagar multas de trânsito e diárias sem seguir os protocolos.
Tatiana, que tinha sido transferida pra direção pedagógica após as suspeitas, foi exonerada no último dia dez.
A Polícia Civil informou que os citados no relatório vão começar a ser intimados a partir da semana que vem.
O que dizem os citados
A Fundacc disse que todos os detalhes da investigação interna constam no pedido da abertura do inquérito protocolado junto à polícia. Informou ainda que todas as medidas jurídicas foram tomadas para que haja transparência na apuração dos fatos. Sobre a divergência de valores, disse que o número ainda está em investigação.
A defesa de Tatiana Batista de Jesus respondeu que ainda não tem ciência formal de qualquer acusação, mas que confia no trabalho da polícia, do Ministério Público e da Justiça, na certeza da inocência dela.
Silmara Matiazzo, ex-presidente da fundação, ressaltou que a ação na qual responde por questões administrativas ainda está em fase de recurso. E que apresenta todas as informações observadas pelo Tribunal de Contas. Reforçou ainda que não tem relação com a nova investigação em andamento.
A Prefeitura de Caraguatatuba informou que a Fundacc é uma autarquia municipal e que tem independência sobre os atos e decisões em relação aos seus funcionários. Disse também que acompanha a investigação e preza pela transparência e respeito ao dinheiro público.
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