Engasgo de bebês: pediatra dá orientações de como socorrer a criança e prevenir acidentes

Dois bebês foram salvos na região na última semana após ficarem engasgados. Engasgo de bebês: pediatra dá orientações de como socorrer a criança e prevenir acidentes
Paula Alves/Inter TV
Após os casos de engasgos de bebês recém-nascidos em Caraguatatuba (SP) e Potim (SP) na última semana, o g1 ouviu a médica Stella Zöllner, pediatra e professora de medicina da Unitau, para dar orientações sobre o que fazer nesses casos.
Nos incidentes da região, policiais militares salvaram as crianças com a manobra de Heimlich, que estão bem. Em um dos casos, o bebê se engasgou com uma bala, já no outro a criança expeliu um líquido após ser socorrida.
Para a professora, os engasgos em crianças pequenas são frequentes e o caminho para evitar uma tragédia é nunca deixar a criança sozinha, para conseguir agir rápido em casos de emergência.
“Às vezes as crianças pequenas estão mamando na mamadeira sozinhas, se ela engasgarem vão estar sozinhas, então uma das coisas é não deixar as crianças pequenas se alimentarem sozinhas, tem que ter sempre uma supervisão, de uma pessoa com boas condições físicas”, disse.
Manobra de Heimlich é indicada para salvar bebês engasgados
Reprodução/EPTV
Seguindo na linha de prevenção, outra coisa que os pais devem ficar de olho é na alimentação dos seus filhos, explica a médica.
“Os pais devem dar alimentos adequados para seus filhos, criança não é para chupar bala, é para comer frutinhas, legumes, coisas leves e sempre oferecer uma supervisão adequada. Crianças você tem que estar em cima o tempo todos, não pode distrair, elas são muito rápidas”, alertou.
A médica orienta que em casos de engasgo, o correto é fazer a manobra de Heimlich o mais breve possível e buscar ajuda.
“Uma vez engasgado não adianta assoprar o rosto, nem jogar a criança para cima. Se jogar para cima o alimento desce e piora a situação. É difícil falar isso para os pais no momento de desespero, mas eles precisam manter a calma e fazer a manobra”, explicou.
Veja abaixo as manobras que devem ser realizadas em caso de engasgo:
Bebês recém-nascidos
Socorristas realizaram no bebê Théo a “Manobra de Heimlich”.
Tv Tem/Reprodução
Senta, coloca a criança no joelho virada com a boca para baixo e dê alguns tapas nas costas do bebê para cuspir no chão. A intenção é que o alimento seja cuspido para fora.
Criança na faixa de 3 anos ou mais
Deixar tossir. Se estiver perdendo os sentidos, ajoelhe a criança e, com a mão na barriga, tente causar a expulsão.
Crianças de 7 anos ou mais
Manobra de Heimlich
Reprodução
Técnica parecida com um abraço, utilizam-se as mãos para fazer pressão sobre o diafragma da pessoa engasgada, o que provoca uma tosse forçada e que faz com que o objeto seja expulso.
No entanto, a médica alerta que os pais que não sabem fazer a manobra devem ligar para os bombeiros ou correr para um serviço de saúde mais próximo rapidamente, em situações de emergência.
Outra dica, é que na consulta de rotina, os pais tirem dúvidas com os médicos e peçam orientações práticas de como socorrer um bebê durante o engasgo, peçam para ensinar a manobra passo a passo. “Os engasgos são coisas que podem acontecer, vale ‘perder’ um tempo falando sobre os cuidados, seja uma troca de fralda até um salvamento”, disse.
Outras duas dicas importantes que a professora dá para evitar que a criança se engasgue ou fique entalada com algo na gargante é na hora de brincar e na hora de dormir.
“Tem que ter atenção na qualidade do brinquedo. Para crianças sempre é melhor brinquedos grandes, sem peças pequenas que podem ser colocadas na boca, e na hora de dormir é recomendado deixar as crianças de barriga para cima, sem prender o braço, soltinha no bercinho (com o colchão não muito alto) e sem coisas desnecessárias no berço que possa atrapalhar o sono”, disse.
Segundo Stella Zöllner, quanto mais nova a criança, menos hábil no termos de coordenação motora elas vão ser, então estão mais propicias a se engasgar, por isso é necessário ter bastante atenção.
Especialistas ensinam a como realizar primeiros socorros em crianças engasgadas.
Edson Ribeiro/Rede Amazônica
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