Moradora da cidade, a engenheira Andrea d’Almeida e Silva teve complicações no parto e não pôde amamentar o filho durante a madrugada dos primeiros dias após o nascimento. Andrea d’Almeida e Silva, com o filho Tiago, na UTI após o parto. Ela decidiu se tornar doadora de leite materno após o filho precisar de doações.
Arquivo pessoal.
Com cerca de 95 doadoras atualmente, o Banco de Leite Humano de Taubaté, que auxilia diversos hospitais da cidade e da região do Vale do Paraíba, tem um consumo médio de 50 litros por mês.
Apesar do número de doadoras ativas ser considerado bom, o volume doado nem sempre é suficiente para tanto consumo e a instituição frequentemente acaba precisando aumentar a quantidade de mães que apoiam a causa.
Banco de Leite Humano de Taubaté
Ju Fagundes
Moradora da cidade, a engenheira Andrea d’Almeida e Silva é uma das mulheres que decidiu reforçar a equipe recentemente. Ela iniciou as doações há cerca de 10 dias, nas vésperas do início da campanha Agosto Dourado, ação que tem como objetivo conscientizar para a importância da amamentação.
Apesar da campanha ser amplamente divulgada e apoiada pelo próprio Ministério da Saúde, esse não foi o principal objetivo que fez Andrea ter se colocado à disposição para doar leite materno a quem precisa.
No final do ano passado, ela teve seu primeiro filho, que, por conta de uma complicação no parto, acabou precisando de doação. Com 38 semanas de gestação, uma ruptura da bolsa com mecônio, decorrente de um infarto placentário, obrigou Andrea a ir às pressas para o hospital para dar à luz.
“Faltavam apenas 15 dias para dar o tempo certo dele nascer, mas como foi algo de urgência, ainda não estava pronto. Então o médico me disse que ele estava em sofrimento e com dificuldade de respirar”, lembra a engenheira.
Andrea d’Almeida e Silva com o filho Tiago e o cão Godofredo. Após o filho se recuperar após uma complicação no parto, ela passou por diversos protocolos para poder se tornar doadora de leite materno
Arquivo pessoal
De acordo com o relato do médico à família na ocasião, o caso é considerado relativamente comum, mas não em situações em que a mãe é saudável.
“O médico me dizia que a minha gravidez era um exemplo, então foi uma casualidade. Falou que a chance no meu caso era de uma em 10 mil”, conta.
Com isso, o bebê precisou ficar, ao todo, sete dias na UTI. Apesar de poder mamar a partir do terceiro dia, a mãe não tinha acesso à unidade no período da madrugada, o que fez com que ele precisasse de doações para se alimentar.
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“Durante o dia eu tirava o máximo de leite por bomba com as enfermeiras, mas ainda não era o suficiente, então ele precisou do banco de leite nessa primeira semana de vida”, narrou.
Banco de Leite Humano de Taubaté
Ju Fagundes
Grata com as doações, a mãe de primeira viagem prometeu que também doaria leite materno se tivesse a oportunidade. Para isso, ela precisou fazer alguns protocolos nos primeiros meses, já que de início a produção era considerada baixa.
De acordo com a Andrea, um dos motivos para isso foi justamente não ter ficado 100% do tempo com o filho nos primeiros dias a partir do nascimento. Apesar disso, ela não desistiu e conseguiu, aos poucos, aumentar a produção.
Agora mãe há oito meses, ela conta que o filho se adaptou bem à alimentação e, com isso, um bom volume de leite acaba sobrando, que é destinado ao Banco de Leite Humano da cidade.
“No almoço e na janta, que são as duas principais refeições, ele não precisa mais da amamentação, então eu consigo produzir bastante, cerca de 120 mililitros, sendo que a média por mulher é de 20. Estou muito feliz de conseguir ajudar e concretizar esse objetivo que eu tive depois do que passei pós-parto”, comemora.
Andrea d’Almeida e Silva com o estoque de leite (à esquerda) e os fracos com leite que doa semanalmente a uma instituição de Taubaté
Arquivo pessoal
Banco de Leite Humano de Taubaté
Número de doadoras: 96
Demanda mensal: 50 litros
Produção mensal: 50 litros
Como doar: entrar em contato com a instituição (12) 3624-6814
Banco de Leite Humano de Taubaté
Ju Fagundes
Banco de Leite Humano de Caraguatatuba
Número de doadoras: 16
Demanda mensal: 25 litros
Produção mensal: de 5 a 7 litros
Como doar: entrar em contato com a instituição (12) 3897-3510
Banco de Leite Humano de São José dos Campos
Demanda atual: 40 recém-nascidos (há estoque adequado)
Como doar: entrar em contato com a instituição (12) 3901-3507
O g1 solicitou outras informações à prefeitura de São José, que administra o Banco de Leite Humano da cidade, e aguarda retorno.
Banco de Leite de São José dos Campos
Claudio Vieira/PMSJC
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