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Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth foi inaugurado na noite dessa sexta-feira (6) em Boa Vista, após três anos de obras. Reforma custou mais de R$ 40 milhões e acumulou uma série de atrasos. Unidade deve passar por ampliação até 2025. Prédio da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth é reinaugurado em Voa Vista.
Yara Ramalho/g1 RR
Foi reinaugurado, na noite desta sexta-feira (6), o prédio do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, maternidade de referência em Roraima, depois de três anos em obras.
A maternidade estava em reforma desde 2021 e deveria ter sido entregue no mesmo ano, mas passou por uma série de atrasos. A unidade ficou conhecida como “maternidade de lona”, pois há três anos utilizava as instalações das tendas do hospital de campanha feito durante a pandemia.
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As gestantes internadas na maternidade de lona devem ser transferidas para o prédio reformado a partir das 7h de sábado (7). O governador Antonio Denarium (PP) afirmou que a unidade provisória será desativada, mas uma data definitiva não foi informada.
A reinauguração do prédio, localizado no bairro São Francisco, zona Norte de Boa Vista, ocorreu por volta das 18h30, durante evento promovido pelo governo de Roraima. O evento durou mais de 2h.
Governador Antonio Denarium, vice Edilson Damião e a secretária de saúde Cecília Lorenzon durante reinauguração de maternidade em Roraima.
Josivan Antelo/Rede Amazônica
Ele contou com a presença do vice-governador Edilson Damião (Republicanos) e a secretária de saúde, Cecília Lorenzon. Também estiveram presentes os deputados estaduais Aurelinda Medeiros (PP) e Coronel Chagas (PRTB), o deputado federal Stélio Dener (Republicanos), o prefeito de Bonfim Joner Chagas (Republicanos), o senador Hiran Gonçalves (PP), representantes do Ministério Público e autoridades locais.
Em seu discurso, Denarium agradeceu o apoio das pessoas que trabalharam e acompanharam as obras, e afirmou que a unidade é um “verdadeiro símbolo de cuidado carinho e atenção com todas as mães e seus bebês”.
“Tudo isso foi pensando nos mínimos detalhes para proporcionar um ambiente que seja acolhedor, confortável e acima de tudo muito seguro, com 14 mil metros de obras construída. Desde o início da obra, como nosso vice-governador Edilson Damião falou, só se aproveitou algumas paredes. Nós temos desde a instalação de esgoto sanitário, instalação hidráulica, elétrica, todas as esquadrilhas, a estrutura de cobertura, telhado, tudo novo”, disse.
Bloco das rosas, uma das alas da maternidade Nossa Senhora de Nazareth em Boa Vista (RR).
Yara Ramalho/g1 RR
De acordo com o governo, o trabalho de reforma foi iniciado no dia 28 de julho de 2023, com previsão de término para 28 de julho de 2024. Já a ampliação da unidade só deve ser finalizada no dia 28 de julho de 2025.
A secretária Cecília Lorenzou falou que a obra está “plena para funcionamento” e que a unidade ainda vai ser melhorada com ampliação.
“Foi uma intervenção na estrutura do nosso Hospital Materno Infantil de forma completa, não ficou nada para trás e ainda tem mais por vir porque nós temos a ampliação que está em continuidade. A nossa obra que está sendo entregue hoje é a entrega de uma nova maternidade que está plena para o seu funcionamento. Então não existe, sociedade como um todo, entrega de uma obra parcial que esteja ainda a ser completada, ela vai ser ainda melhorada com ampliação”, afirmou a secretária estadual de saúde.
Entre os discursos, o deputado federal Stelio Dener falou sobre o processo de cassação de Denarium e o classificou como uma “injustiça”. O caso seria julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 20 de agosto deste ano, mas foi adiado. Após os discursos, eles fizeram uma visita a unidade de saúde.
Sala de pré-parto da maternidade Nossa Senhora de Nazareth, maternidade de referência em Roraima.
Yara Ramalho/g1 RR
A obra de reforma e ampliação da maternidade custou mais de R$ 40 milhões aos cofres públicos estaduais. A unidade possui uma área de 14 mil metros quadrados e tem 294 leitos de enfermaria, 72 leitos de UTI neonatal e cinco leitos de UTI maternal. Ela tem 13 blocos e sete anexos, sendo alguns deles:
Bloco administrativo;
Bloco de atendimento de urgência e emergência;
Bloco de nutrição;
Bloco do Centro cirúrgico e laboratório;
Banco de leite humano;
Bloco da UTI neonatal e maternal;
Bloco de serviços;
Bloco de serviços de teste;
Bloco das margaridas;
Bloco das orquídeas;
Bloco das rosas;
Bloco dos girassóis;
Banco das azaleias;
Central de gases;
Casa da gestante;
Lavanderia.
A ampliação prevê a construção de um bloco com dois pavimentos, sendo um térreo com: três salas de enfermaria obstetrícia com 15 leitos, sala de curativo, sala de acolhimento, três salas para a Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (Ucinco) com 22 leitos, sala para unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) com dez leitos e sala de preparo e isolamento.
Unidade é a única a ter UTI neonatal em Roraima.
Yara Ramalho/g1 RR
Além disso, o pavimento superior contará com salas para a equipe administrativa, salas para ensino e pesquisa, sala multiuso, área externa totalmente urbanizada e estacionamento para veículos, motos, e bicicletário.
A unidade atende pacientes que vivem na capital Boa Vista e em municípios do interior, comunidades indígenas (como da Terra Yanomami), da rede privada, e até de outros países, como da Venezuela e Guiana.
Na quinta-feira (5), analistas técnicos que compõem a ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde e membros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) visitaram a estrutura da maternidade.
A visita fez parte da 1ª Oficina de Educação Permanente em Saúde para ouvidorias do SUS, ação que envolve a participação de ouvidores dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Roraima.
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Yara Ramalho/g1 RR
Reforma da maternidade
A reforma e a ampliação do prédio permanente da maternidade começaram em junho de 2021 e deveria ter sido finalizada seis meses depois, prazo não cumprido. A Secretaria Estadual de Roraima (Sesau) chegou a dizer que a obra seria entregue no fim de março de 2024, o que também não aconteceu.
Um novo prazo para a entrega das obras estava previsto para junho deste ano, mas a unidade só foi entregue dois meses depois da previsão, nesta sexta-feira.
Durante os anos de reforma, o governo estadual destinou cerca de R$ 12,9 milhões ao ano — mais de R$ 1 milhão por mês dos cofres públicos para a empresa Ágora Estruturas e Engenharia manter o aluguel das tendas.
Ao g1, em maio, o Ministério Público de Roraima (MPRR), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) e a Controladoria-Geral da União (CGU) informaram que estavam analisando os gastos e os adiamentos tanto da locação da lonas quanto da demora na execução das obras para exigir devidas providências.
Em março deste ano, o governo federal anunciou investimentos do Novo PAC Seleções para a construção de uma maternidade, de um centro de parto normal e outros equipamentos na área da saúde para o estado.
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