Tosse seca? Médico explica impacto da baixa umidade do ar para a saúde e dá dicas de como amenizar sintomas respiratórios


Queixas de tosse seca e persistente, olhos irritados e narinas ressecadas têm crescido e se tornam ainda mais frequentes nesse cenário de baixa umidade do ar. Tosse seca? Médico explica impacto da baixa umidade do ar para a saúde e dá dicas de como amenizar sintomas respiratórios.
Divulgação
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) colocou mais de 30 cidades da região em alerta devido ao baixo nível de umidade do ar no Vale do Paraíba. Os dias de inverno com predomínio de ar seco, vento e temperaturas mais elevadas vem trazendo a sensação de veranico (pequeno verão) e causando problemas respiratórios para parte da população.
Queixas de tosse seca e persistente, olhos irritados e narinas ressecadas têm crescido e se tornam ainda mais frequentes nesse cenário de baixa umidade do ar.
Pensando nisso, o g1 conversou com um médico pneumologista para explicar como o tempo seco influencia na saúde e orientar com dicas como amenizar os sintomas respiratórios.
Tempo seco em São José dos Campos
Daniel Corrá/G1
Umidade do ar x saúde respiratória
De acordo com o médico pneumologista Cláudio Frison, que atua em São José dos Campos (SP), o tempo seco, de estiagem, realmente causa impactos respiratórios para a população.
“É uma questão meteorológica, a incidência de chuva cai bastante, gera o que se convencionou a chamar de veranico ou verão dentro do inverno, que são pequenas semanas de extremo calor fora de época com umidade relativa muito baixa”, disse.
“O risco que a umidade relativa baixa do ar gera é a secura do ar, ela faz com que a gente perca mais água pelas nossas vias respiratórias, gerando uma irritação, porque o ar seco entrando e saindo, ele ressaca o nariz e os seios da face”, contou.
Hidratação é muito importante em dias de muito calor.
Produção EPTV
Quem pode ser afetado?
O médico explicou que toda a população está sujeita a esses transtornos causados pelo tempo seco, sendo que os mais afetados são as pessoas que já têm algum tipo de problema respiratório.
“Eu faço uma analogia que a secura acontece como se fosse a terra muito seca que vemos alguma vezes no nordeste, que devido a falta de água forma rachaduras. Isso acontece também na mucosa, gera uma irritação na mucosa, que começa a se inflamar. Nas pessoas comuns gera irritabilidade, tosse, lacrimejamento, muco ressacado no nariz. Já nas pessoas predispostas, que têm rinite ou asma, gera uma inflamação aguda em que há coriza, tosse ou até sangramento nasal”, explicou Cláudio Frison.
Umidificador se torna indispensável para reduzir secura nos ambientes.
Marcelo Moraes/EPTV
Como prevenir e amenizar sintomas?
De acordo com o médico, há vários comportamentos que podem ser adotados para reduzir o impacto do tempo seco na saúde respiratória, mas o principal caminho é sempre a hidratação.
“A principal recomendação dos pneumologistas é aumentar a quantidade de líquidos, principalmente a água. A chave é se hidratar, se hidratando hidrata as vias respiratórias. Quem faz atividade física braçal ou faz uso intenso da fala, como um gari ou um professor, essas pessoas têm que ter um cuidado ainda maior com a hidratação”, afirmou.
“É recomendável também evitar atividades físicas no pico de calor, porque a umidade fica ainda mais baixa entre 10h e 16h. Em casa, é positivo fazer o uso de qualquer dispositivo que melhore a umidade dentro de casa. Pra quem nao tem vaporizador e umidificador, dá pra colocar uma bacia de água perto da cama onde vai dormir ou uma toalha molhada, porque a evaporação daquela água vai umidificar o ambiente. Já quem tiver o aparelho umidificador deve ligar pelo menos umas 2h antes de dormir”, completou.
Criança com problema respiratório faz inalação
Reprodução/EPTV
Quando procurar ajuda
No caso de quem já tem histórico de problemas respiratórios e sofre mais com a baixa umidade, a orientação é também fazer uso de soros ou outros componentes que ajudem a reduzir o ressecamento das narinas, segundo o médico.
“Quem tem problemas respiratórios como rinite e ressecamento de pele, aí já deve usar soro nasal, hidratantes de pele, colírio ou se a situação muito incômoda de irritação de olhos e nariz deve procurar atendimento médico”, afirmou Cláudio.
O médico orienta que sempre que a tosse seca ou outro problema ocasionado pela baixa umidade do ar estiver afetando a qualidade de vida da pessoa ou causando muito incômodo, o paciente deve buscar atendimento médico.
“Se a pessoa dobrou a quantidade de hidratação, já fez uso de por exemplo de substância caseira e em uma semana não melhorou, a tosse está dificultando as atividades, deve buscar atendimento médico, ir no clínico geral”, disse.
Falta de xaropes e pastilhas para gargantas nas farmácias.
Caroline Cintra/g1 DF
Cuidados com a automedicação
Por fim, o médico reforça a importância da ingestão de água e destaca para os cuidados que se deve ter com a automedicação.
“Tomar xarope e não aumentar a ingestão de água não adianta nada. A pastilha pode dar alívio sintomático, mas não corrige o problema. É preciso tomar cuidado também com uso de xaropes que têm corticoides, que são potentes anti-inflamatórios, porque a pessoa se acostumar a usar e isso não é a solução”, explicou.
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