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Tiziana FABI
O papa Francisco chegou nesta segunda-feira (9) ao Timor Leste, um pa�s pobre e de maioria cat�lica, para uma visita de tr�s dias que provoca grande entusiasmo entre os 1,3 milh�o de habitantes da na��o.
Os fi�is cat�licos organizaram peregrina��es para acompanhar a visita de Jorge Bergoglio ao pa�s mais jovem da �sia.
Dezenas de milhares de pessoas se posicionaram nas ruas da capital, D�li, e agitaram bandeiras do Vaticano, enquanto o pont�fice de 87 anos era transportado pela cidade, protegido pelas for�as de seguran�a.
O papa demonstrou anima��o ao desembarcar no pa�s procedente de Papua-Nova Guin� para a terceira etapa de uma viagem exaustiva de 12 dias pela �sia-Pac�fico, acenando e sorrindo para a multid�o de devotos.
Francisco, em uma cadeira de rodas, recebeu um len�o tradicional em sua chegada ao aeroporto de D�li, fechado para voos civis durante tr�s dias, onde foi recebido por uma guarda de honra e pelo presidente Jos� Ramos-Horta.
O grande momento da viagem est� programado para ter�a-feira, com uma missa para 700.000 fi�is.
Dili passou por reformas caras antes da visita papal. As autoridades expulsaram os vendedores ambulantes e as pessoas em situa��o de rua das �reas que ser�o visitadas por Francisco, o que gerou muitas cr�ticas.
Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que algumas casas informais foram demolidas para preparar a visita.
– Hist�ria complexa –
Timor Leste, independente desde 20 de maio de 2002, � um pa�s majoritariamente cat�lico, vizinho da Indon�sia, na��o com mais mu�ulmanos do mundo.
A hist�ria do pa�s mais jovem do sudeste asi�tico, uma democracia de 1,3 milh�o de habitantes, foi marcada por s�culos de coloniza��o portuguesa, quase 25 anos de ocupa��o indon�sia (dezembro de 1975 a outubro de 1999) e um referendo de independ�ncia apoiado pela ONU.
Francisco � o primeiro papa a visitar o pa�s, onde 98% dos habitantes s�o cat�licos.
Timor conquistou a independ�ncia formalmente em 2002, deixando para tr�s uma brutal ocupa��o indon�sia que provocou mais de 200.000 mortes.
O pont�fice deve abordar a delicada quest�o dos esc�ndalos de pedofilia dentro da Igreja, que teve um epis�dio not�rio no pa�s. O bispo Carlos Belo, vencedor do Pr�mio Nobel da Paz em 1996 por seu trabalho pela independ�ncia do Timor Leste, foi sancionado em 2020 pelo Vaticano, acusado de ter abusado sexualmente de menores de idade durante 20 anos.
Grupos de ativistas pediram a Francisco que se pronuncie sobre o tema, mas a sua agenda oficial n�o inclui at� o momento nenhum encontro com v�timas.
A viagem, que j� o levou � Indon�sia e Papua-Nova Guin�, � a mais longa e mais distante desde sua elei��o em 2013 e representa um desafio f�sico para o jesu�ta argentino, que enfrentou problemas de sa�de recorrentes nos �ltimos anos.
Antes de deixar Port Moresby, capital de Papua-Nova Guin�, Francisco admitiu, em um discurso para jovens em um est�dio, que “este n�o � um trabalho f�cil”.
A viagem terminar� no dia 13 de setembro em Singapura, a cosmopolita cidade-Estado visitada h� 38 anos por Jo�o Paulo II, onde apenas 8% da popula��o se declara cat�lica.