Evelyn Cabral da Silva, de 23 anos, é de São José dos Campos (SP). Ela foi aprovada no curso de arquitetura de uma faculdade da Itália. Estudante de escola pública do interior de SP consegue bolsa em universidade da Europa: ‘Nunca devemos desistir dos nossos sonhos’.
Arquivo pessoal
Uma estudante de escola pública do interior de São Paulo, filha de uma dona de casa e de um eletricista, conseguiu uma bolsa de estudos em uma universidade da Europa e nas próximas semanas deve se mudar para a Itália para iniciar o curso de arquitetura. “Nunca devemos desistir dos nossos sonhos”, diz.
Evelyn Cabral da Silva, de 23 anos, é de São José dos Campos (SP). Ela conta que sempre teve o sonho de ingressar no ensino superior. Em anos anteriores chegou a ser aprovada em uma faculdade do Mato Grosso, mas por questões financeiras não conseguiu ir.
“Em 2019 passei em uma faculdade do Mato Grosso, não conseguir ir por questão financeira, mas Deus abriu as portas para algo melhor. Consegui uma bolsa de estudos no curso de Design de Interiores por 2 anos no SENAC e para aprofundar mais tarde acabei fazendo técnico em edificações no Cephas”, conta.
Evelyn ao lado dos pais.
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A jovem narra que resolveu aplicar para uma faculdade do exterior para conseguir realizar dois sonhos, o de estudar o curso de arquitetura, que é o que deseja seguir carreira, mas também para ter a experiência de viver e estudar em outro país, imersa em uma nova cultura.
“Desde o ano passado resolvi aplicar para faculdade de arquitetura, pois estava convicta que era o que queria para a minha vida. O sonho de estudar fora sempre foi desde a minha adolescência, mas não achava tão possível, vi oportunidades como Estados Unidos, Canadá, Austrália, como também o Reino Unido, mas veio a Itália. É um país tão rico em cultura e pensar o que aquele lugar me pudesse oferecer para cursar arquitetura me deixou determinada que era para lá que deveria ir”, afirmou.
Estudante de escola pública do interior de SP consegue bolsa em universidade da Europa: ‘Nunca devemos desistir dos nossos sonhos’.
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O processo para se candidatar para a bolsa foi complicado, levou cerca de um ano e ainda teve o desafio de fazer tudo em outro idioma.
“Tive que fazer traduções de documentos, prova de italiano e um teste de arquitetura que fiz de madrugada, pois o fuso horário era diferente. Sobre o teste, não esperava passar, pois no dia da prova tinha tudo para dar errado, passei muito mal, não conseguia me concentrar, o celular descarregou no momento da prova (estava em uma sala virtual). Pensei que seria desclassificada na prova, mas acabei fazendo e nem vi a nota depois de tanto que fiquei frustrada no momento”, relembrou.
Quando soube da aprovação, a jovem diz que não conseguiu conter a alegria e a emoção.
“Até então tinha tudo para dar errado, mas mesmo as coisas parecendo sair do controle, sempre confiei que tudo iria e vai dar certo, e vou continuar me esforçando para que meu sonho seja realizado! Foi uma mistura de emoções ao ver minha classificação, ainda não tive tempo de apreciar essa conquista”, contou empolgada.
Estudante de escola pública do interior de SP consegue bolsa em universidade da Europa: ‘Nunca devemos desistir dos nossos sonhos’.
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Mesmo com a bolsa integral na universidade, Evelyn está fazendo uma campanha para arrecadar dinheiro para a viagem, já que para conseguir embarcar, precisa arrecadar R$ 32 mil para tirar o visto.
“Estou correndo contra o tempo para o visto, tendo em vista que as aulas começam em outubro. Já realizei a matrícula um dia depois para não perder a vaga e agora estou fazendo a campanha. Preciso conseguir o valor até dia 21 de setembro, já que a entrevista do visto foi agendada para o dia 22”, explica.
Evelyn passou na Universidade de Florença, para fazer uma graduação mais mestrado em Arquitetura. Ao todo, o curso vai durar 5 anos.
“Dentro de todas as cidades que Itália tem, Florença é que mais me conquistou, uns dos lugares que quero muito conhecer lá se caso for morar em outubro é a Ponte de Vecchio, pois é conhecida como o símbolo do romantismo e a vista é espetacular”, disse.
Evelyn ao lado dos irmãos e dos pais.
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A jovem fala o básico em italiano, nunca saiu do Brasil e nunca viajou de avião, mas está empolgada para viver a experiência e tem fé que vai arrecadar o valor. Enquanto se desdobra para organizar a viagem, aproveita para se despedir dos pais, que a apoiam, mas ao mesmo tempo ficam com receio de ter a filha tão longe de casa.
“Eu vou realizar um sonho. Minha mãe ficou feliz, mas meu pai ficou meio preocupado. Sou a única filha mulher entre 3 homens e estou prestes a ir para mais de 9 mil km de distância deles”, contou.
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