A indústria teve a falência decretada em setembro do ano passado. Valores arrecadados no leilão serão usados para pagamento de dívidas, principalmente de salário atrasado dos funcionários. MWL em Caçapava
Reprodução/ TV Vanguarda
Sem receber lances no 1º leilão, os equipamentos diversos e veículos da fábrica da MWL de Caçapava (SP), que decretou falência em setembro do ano passado, vão a um novo leilão, agora com 50% de desconto.
O primeiro leilão foi encerrado na sexta-feira (2), sem ninguém que arrematasse os bens, que estavam sendo leiloados por R$ 17,5 milhões.
Agora, na segunda chamada, a organização leiloeira está ofertando um desconto de 50,7%, com os itens sendo leiloados com o valor inicial de R$ 8,8 milhões.
Ao todo, mais de 2,4 mil interessados estão acompanhando o leilão, mas somente um deles fez lances, ofertando R$ 8,9 milhões pelos bens.
A expectativa é que essa segunda etapa, com o preço pela metade, tenha uma disputa para arrematar o lote.
O leilão será realizado no dia 12 de junho, às 14h30, de forma presencial no Clube ADC MAFERSA, em Caçapava. Apesar disso, a versão online já está aberta para recebimento de lances por meio do site da organizadora.
Bens leiloados
A ideia é que os valores arrecadados sejam usados para o pagamento de dívidas, principalmente em relação ao salário atrasado dos funcionários que foram dispensados na falência.
Os bens da empresa serão vendidos em lote único. A arrematação judicial é organizada pela empresa ‘Lance Já Leilões’ e acontecerá de forma presencial e virtual.
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A arrematação contém diversos itens que estão na fábrica da MWL, que decretou falência por problemas financeiros (leia mais detalhes abaixo).
Ferramentas, tornos, plainas, fresadoras e usinagem estão entre os equipamentos, além de veículos como tratores e caminhões.
Para participar do leilão presencial, os interessados devem se cadastrar no mesmo site, solicitando habilitação para fazer ofertas. O link conta também com o edital e informações completas.
Falência da MWL
A Justiça decretou a falência da fábrica MWL no dia 28 de setembro de 2022. A empresa estava em recuperação judicial e não realizava os pagamentos de salários aos trabalhadores desde maio. O pedido foi feito pela Brasil Trustee Administradora Judicial, que passou a ser responsável pela empresa.
Com a falência, os 220 funcionários da empresa foram dispensados. O Sindicato dos Metalúrgicos esteve em contato com o Tribunal de Justiça e a nova administradora para orientar os trabalhadores sobre as verbas rescisórias. Por lei, o pagamento dos direitos trabalhistas são prioridade.
A MWL, de capital chinês, era a principal fábrica de rodas e eixos para o setor ferroviários da América do Sul, e dois dos seus principais clientes eram o Metrô de Nova York e de Boston.
Histórico de problemas
Em junho do ano passado, após um mês de greve, cerca de 40 funcionários da fábrica receberam telegramas anunciando suas demissões. O texto do comunicado enviado aos trabalhadores informava o desligamento por abandono de emprego. A Justiça do Trabalho, no entanto, suspendeu as demissões de trabalhadores feitas pela MWL, porque elas foram ilegais.
No dia 13 de julho, após mais de dois meses de greve dos funcionários, a Justiça do Trabalho determinou que a empresa pagasse os salários atrasados dos funcionários e aplicou uma multa de R$ 200 mil por conduta antissindical, mas os pagamentos não foram realizados.
No dia 30 de agosto, trabalhadores da MWL iniciaram uma ocupação das instalações da fábrica por tempo indeterminado. A vigília, em sistema de revezamento, era para guardar máquinas e equipamentos, com o objetivo de impedir furtos, já que esses bens poderiam ser vendidos para o pagamento das dívidas.
No dia seguinte ao início da ocupação, em 31 de agosto, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 1,5 milhão da empresa, para que o recurso fosse utilizado na quitação das dívidas e outras despesas que fossem consideradas essenciais.
O que diz o sindicato da categoria?
O sindicato dos metalúrgicos confirmou ao g1 que os trabalhadores ainda não receberam os salários devidos pela empresa e a verba rescisória. Além disso, a associação informou que o valor do leilão não será suficiente para quitar a dívida, já que a estimativa é de que ela seja de R$ 25 milhões.
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