Hospital Municipal de Taubaté suspende todos atendimentos ambulatoriais e só atende casos de urgência e emergência


SPDM aponta atraso nos repasses feitos pela prefeitura como motivo para suspensão. Administração municipal alega que “não há atrasos de repasses superior a 90 dias que justifique legalmente a suspensão dos serviços de saúde”. Hospital Municipal de Taubaté (Hmut)
Lucas Tavares/g1
O Hospital Municipal Universitário de Taubaté (Hmut) suspendeu todos os atendimentos ambulatoriais e passou a atender apenas casos de urgência e emergência. O motivo é o atraso nos repasses feitos pela prefeitura.
Nesta terça-feira, o ambulatório de pneumologia, que cuida de doenças do pulmão, se negou a agendar um atendimento. A produção do Link Vanguarda tentou marcar uma consulta, mas foi informado por um atendente que os procedimentos marcados foram cancelados.
Pneumologista no hospital há 7 anos, o médico José Roberto Megda diz que foi pego de surpresa, na noite de terça, com a notícia do fechamento do ambulatório da unidade.
“Eram pacientes que precisavam de um atendimento pneumológico, muitas vezes com alta complexidade para seguir mesmo com o pneumologista que usava oxigênio, que às vezes tinha um pulmão de fibrose, nessa era pós-Covid. Então infelizmente a partir de ontem a gente foi pego de surpresa, o hospital não vai fazer mais esse atendimento pra esses pacientes”, disse.
Médicos do hospital estimam que o fechamento do ambulatório de pneumologia vai afetar cerca de 100 pacientes por mês na região. Profissionais de saúde e estudantes de medicina ouvidos pela reportagem afirmam que outras áreas também são afetadas, como suspensão de cirurgias de tórax, cardiologia pediátrica e mastologia.
A crise no Hmut se arrasta há meses. No último dia 10 de agosto, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) , responsável pela gestão do hospital, havia enviado ofício para prefeitura em que cobrava dívida de quase R$ 24 milhões e citava risco de paralisação no Hmut.
À época, prefeitura não reconhecia montante da dívida alegada pela SPDM e dizia ter respaldo jurídico contra paralisação de serviços.
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SPDM culpa atraso no repasse
Por nota, a SPDM informou que segue cobrando a Prefeitura para que realize os repasses referentes à unidade conforme contrato e que “procedimentos e consultas ambulatoriais foram adiados em decorrência dos valores que não foram repassados”.
Acrescentou ainda que “segue comprometida em ofertar atendimento público de qualidade à população de Taubaté, mesmo sendo prejudicada pelos impasses gerados pela administração municipal”.
Prefeitura critica suspensão de serviços
A Prefeitura de Taubaté informou que vem realizando pagamentos conforme as tratativas realizadas com a empresa e que “não há atrasos de repasses superior a 90 dias que justifique legalmente a suspensão dos serviços de saúde”.
O que diz a Unitau
A Universidade de Taubaté informou que as atividades pedagógicas desenvolvidas para os alunos de medicina estão garantidas também por meio de novos convênios e que o hospital municipal não é o único campo de estágio dos alunos dos cursos de saúde.
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