Estudantes de medicina da Unitau fazem protesto por causa da crise no Hmut


Segundo o diretório acadêmico que representa os alunos do curso, essa é a terceira manifestação por conta da situação do hospital, que recentemente fechou ambulatórios. Estudantes de medicina da Unitau protestem contra a prefeitura por situação do Hmut
Rauston Naves/TV Vanguarda
Os estudantes de medicina da Universidade de Taubaté (Unitau) participaram, nesta terça-feira (29), de mais um protesto contra a prefeitura por conta da situação do Hospital Municipal Universitário de Taubaté (Hmut), que vive uma crise.
Na última semana, o hospital suspendeu atendimentos ambulatoriais e passou a atender apenas casos de urgência e emergência. A SPDM, responsável pela gestão da unidade, afirma que o motivo é o atraso nos repasses feitos pela prefeitura.
A suspensão dos atendimentos prejudica a população e também os estudantes do curso de medicina, que fazem estágios no local.
▶️ De quanto é a dívida? A SPDM afirma que o montante em atraso é de R$ 21 milhões. No entanto, o prefeito José Saud (MDB), alegou que o valor é bem menor, de cerca de R$ 13 milhões.
Estudantes de medicina da Unitau protestem contra a prefeitura por situação do Hmut
Rauston Naves/TV Vanguarda
A suspensão dos ambulatórios foi o motivo central da manifestação desta terça. Diversos alunos se reuniram na frente do hospital e levaram faixas, cartazes, roupas pretas e até a simulação de um caixão, simbolizando o “luto” pela situação da saúde na cidade.
Uma das faixas, que era exibida pelos carros que passaram pelo semáforo em frente ao local, dizia a seguinte mensagem: ‘Não abriremos mão do nosso hospital universitário’.
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De acordo com o Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro, que representa os estudantes do curso, essa é o terceiro protesto organizado recentemente.
“Esse ato é o terceiro, em decorrência a piora do Hmut, pelos ambulatórios fechados, cirurgias canceladas e pessoas que estão na fila de espera por leitos que não existem mais. Estamos aqui por essas pessoas”, disse a vice-presidente externa do diretório, Eduarda Costa.
“Precisamos de uma movimentação da prefeitura e da SPDM (empresa contratar para administração da unidade). Temos dois representantes com o prefeito e com a reitora em Brasília para tentar aumentar os recursos. Porém, esses aportes são insuficientes por conta da dívida e precisamos que o hospital volte a funcionar na totalidade. Ele está em uma situação crítica”, completou.
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Reunião entre prefeitura e alunos
O prefeito de Taubaté, José Saud (MDB), se reuniu com médicos e alunos da Unitau na noite desta segunda-feira (28) para explicar as ações no enfrentamento da crise financeira que afeta o atendimento no Hmut.
De acordo com a gestão municipal, o prefeito se comprometeu a depositar mais R$ 560 mil para a SPDM até o dia 31 de agosto para amenizar a dívida com a empresa e retomar alguns procedimentos no hospital.
Apesar disso, a prefeitura não confirmou quando e quais procedimentos serão retomados.
Estudantes de medicina da Unitau protestem contra a prefeitura por situação do Hmut
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Situação do hospital
Na segunda, a prefeitura anunciou que firmou um novo convênio com o Governo do Estado de São Paulo para receber um repasse emergencial de R$ 1,5 milhão ao mês, para manutenção dos serviços do Hmut.
A chegada da verba ainda depende de análise do Departamento Regional de Saúde, segundo o Estado. “O tempo para liberação do valor inicial depende do processo de tramitação da documentação”, diz a nota.
O repasse será uma espécie de complemento ao pagamento mensal que já é feito pelo governo estadual, atualmente no valor de R$ 2 milhões, destinado ao Hospital Universitário.
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Na última semana, o Hmut suspendeu todos os atendimentos ambulatoriais e passou a atender apenas casos de urgência e emergência. As cirurgias oncológicas também seriam suspensas, mas um acordo entre prefeitura e hospital na última sexta-feira (25) manteve o cronograma de agendamentos.
Na última quinta (24), uma reunião foi realizada na Câmara Municipal para tentar entender as consequências da suspensão de alguns procedimentos do hospital, que enfrenta problemas financeiros desde dezembro do ano passado.
Na reunião, a direção do hospital informou que no meio deste ano a situação ficou insustentável, pois em junho os atrasos nos repasses feitos pela prefeitura ficaram mais expressivos, impactando os atendimentos.
Ainda na sexta-feira, a prefeitura de Taubaté pediu para a Justiça multar a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) após a suspensão de todos os atendimentos ambulatoriais no Hmut.
No documento, a administração municipal alega que a suspensão dos atendimentos ambulatoriais causa “imensos prejuízos a toda a população que já tinha cirurgias, consultas, exames e acompanhamentos marcados na unidade”.
Já a SPDM informou que “segue cobrando a Prefeitura para que realize os repasses referentes à unidade conforme contrato” e que “procedimentos e consultas foram adiados em decorrência dos valores que não foram repassados”.
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