Brasileira que mora na Flórida estocou comida e água após governo alertar sobre furacão


Empresária Renata Ramos mora com o marido e com a filha em Lakeland, que fica próximo a Orlando. Cidade não está na rota do furacão, mas moradores podem sofrer com reflexos causados por ele. Brasileira que vive com a família na Flórida relata tensão com furacão: ‘Incerteza é o pior’
Arquivo pessoal
Uma família do interior de São Paulo e que atualmente mora na Flórida, nos Estados Unidos, estocou comida e água após o governo alertar sobre a passagem do furacão Idalia, que atinge o estado americano nesta quarta-feira (30).
A empresária Renata Ramos, de 27 anos, mora na cidade de Lakeland, perto de Orlando, com o marido Murilo, também de 27, e com a filha Maria Helena, de cinco. A família é natural de Caçapava (SP) e se mudou para o país em meados de 2022.
Leia mais notícias do Vale do Paraíba e região
Brasileira que mora na Flórida estocou comida após governo alertar sobre furacão
Renata Ramos/Arquivo Pessoal
Com o alerta do governo no início da semana sobre a passagem do furacão, muitos moradores da região fizeram estoques de itens básicos. A brasileira afirmou que houve escassez de produtos básicos e combustível.
“Saímos para abastecer o carro e comprar algumas coisas. Conseguimos abastecer em um posto, mas vários já estavam sem [combustível]. No primeiro supermercado não encontramos água e no segundo que fomos tinha pouca coisa, mas compramos comida também com a hipótese de não conseguir sair para comprar por pelo menos por três dias”, afirma.
Furacão Idalia: entenda como ele se formou
A empresária conta também que, com base nas orientações enviadas pelo governo à população, carregou celulares e comprou lanternas, tendo em vista a possibilidade de queda de energia, o que pode voltar a acontecer.
“Eles pedem ainda para encher banheira, baldes e panelas com água para poder usar caso chuveiro, torneira e descarga não funcionem.”
Distância entre Keaton Beach, onde o furacão Idalia chegou aos EUA, e Lakeland, onde mora a família de Caçapava
Reprodução/Google Street View
Lakeland não está na rota da ventania, que entrou no estado pela área de Keaton Beach, ao norte de Tampa, e segue sentido Carolina do Sul. Mesmo fora da rota, a orientação do governo americano é de que os moradores permaneçam abrigados por causa de possíveis reflexos causados pelo furacão.
A incerteza com as consequências que o furacão pode causar mantém a família presa em casa e em situação de alerta.
“Fiquei acordada essa noite para acompanhar e vi que ele já saiu do nosso caminho, mas tivemos uma ‘rebarba’ e, com essa intensidade, ainda pode haver enchentes e alagamentos. A cidade é cheia de lagos e recebemos diversos sacos de areia do governo para colocar em volta de casa e diminuir os estragos caso isso aconteça. Tem alertas para tornados também, que são menos previsíveis, então não podemos sair. Essa incerteza é o pior de tudo”, conta.
Renata afirma também que, embora o Idalia tenha passado relativamente distante de Lakeland, houve chuva forte, com queda de energia, e suspensão das aulas da filha até quinta-feira (31).
Furacão Idália chega à Florida
Furacão Ian
O alerta emitido pelo governo aconteceu na segunda-feira (28). No início, a previsão é que o furacão chegasse por Tampa, que fica próxima da cidade onde a família da Caçapava mora. O caminho foi alterado até essa quarta, mas a notícia gerou desespero, já que eles passaram por situação parecida no ano passado, com o furacão Ian.
Barcos e destroços ficaram amontoados à beira da água depois da passagem do furação Ian em Fort Myers, Flórida
Wilfredo Lee/AP
Na ocasião, os ventos deixaram cerca de 2 milhões de pessoas sem energia na Flórida e provocou mortes e danos catastróficos.
“Essa vez foi pior porque passou bem perto. Tivemos que ir para abrigo até. De última hora, ele também desviou a rota e passou embaixo de onde estava previsto. As cidades atingidas não estavam preparadas e a destruição foi enorme. Até hoje muitas não se recuperaram. E como foi nossa primeira experiência, já que tínhamos chegado há pouco tempo, foi assustador”, lembra a empresária.
Jovens atravessam área destruída pela passagem do furacão Ian na praia de Fort Myers, na Flórida
Douglas R. Clifford/Tampa Bay Times via AP
O furacão
O Idalia se formou no domingo (27) no Caribe, perto do sudeste do México. A formação da tempestade alterou o clima no estado mexicano de Quintana Roo, onde está localizada Cancún, com chuvas fortes que frustraram os planos dos turistas no último fim de semana das férias de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil)
Os cientistas alertam que as tempestades ficarão cada vez mais potentes com o aquecimento do planeta devido à mudança climática.
Em 2022, o furacão Ian, que tocou o solo em Cuba como fenômeno de categoria 3, deixou ao menos dois mortos, antes de seguir para a Flórida, onde atingiu a categoria 5 e provocou 150 mortes.
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

Adicionar aos favoritos o Link permanente.