Governo de SP seleciona três cidades do litoral e região metropolitana para sistema de sirenes de alertar sobre temporais

São Sebastião, Guarujá e Franco da Rocha terão equipamentos no próximo verão, segundo Defesa Civil.
Licitação de R$ 4,6 milhões para compra de equipamentos será lançada na próxima segunda-feira (11). Chuvas causam estragos no Litoral Norte de São Paulo
O governo de São Paulo escolheu as cidades litorâneas de São Sebastião e Guarujá, além do município de Franco da Rocha, na região metropolitana, para a implementação de um novo sistema de sirenes para alertas sobre temporais e áreas de risco.
O governador Tarcísio de Freitas liberou uma verba de R$ 4,6 milhões para a compra dos equipamentos e instalação das torres de transmissão. A licitação será aberta na próxima segunda-feira (11), segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado, Henguel Ricardo Pereira.
Após a tragédia em São Sebastião, onde 64 pessoas morreram por causa de um temporal em fevereiro, Tarcísio de Freitas visitou o Centro de Operações Rio (COR) e prometeu usar o modelo carioca de prevenção a desastres para minimizar o risco de tragédias climáticas em São Paulo.
Nos últimos meses, as equipes da Defesa Civil viajaram para a cidade do Rio e Salvador (BA) para acompanhar o funcionamento de sistemas semelhantes e decidir pelo modelo mais adequado para o estado de São Paulo. A GloboNews apurou que a implementação deve durar três meses e que as sirenes devem estar em operação no próximo verão, que começa em dezembro. A operação dos sistemas de sirene será feita pelas Prefeituras.
As primeiras cidades foram escolhidas pelos seguintes critérios:
risco de deslizamentos e alagamentos
volume de chuva registrado nas regiões
número de mortes recentes e desalojados
centros de operação e controle que já funcionem 24h
Em São Sebastião, as famílias mais atingidas na cidade foram as da costa sul, especialmente os moradores da Barra do Sahy. Além de 64 mortes, muitas famílias também ficaram desabrigadas com as enchentes e deslizamentos.
À época, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontaram que as fortes chuvas que atingiram o a região foram as maiores já registradas na história do país.
Já em 2021, enchentes e deslizamentos mataram 18 pessoas durante temporais que atingiram Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Em 2020, outras 34 pessoas perderam a vida na cidade de Guarujá após deslizamentos de terra em morros da região. Entre as vítimas estão dois bombeiros que ajudavam nas buscas.
Além da instalação das sirenes, a Defesa Civil também diz estar em treinamento com as comunidades para a orientar a população sobre áreas de risco, rotas de fuga e indicação de abrigos seguros.
Ligações em áreas de risco extremo
A Defesa Civil de São Paulo também planeja iniciar em novembro os testes de um novo sistema de ligação para a população que estiver em áreas consideradas de risco extremo durante tempestades. Por meio da geolocalização e sem a necessidade de cadastro prévio, o órgão pretende obter a relação de todas as pessoas que estão nas regiões com possibilidade de enchentes e deslizamentos e ligar para os aparelhos celulares relacionados.
À GloboNews, o coordenador da Defesa Civil do Estado, Henguel Ricardo Pereira, explicou que foi feito um convênio com a Anatel para que as pessoas sejam contatadas por meio de ligações, e não por mensagens de texto. Ele explica que os episódios mais severos ocorrem, na maioria das vezes no período da noite e madrugada, quando as pessoas estão dormindo.
Segundo Henguel Pereira, o novo projeto vai permitir que os telefones celulares toquem e vibrem, mesmo que estejam no modo silencioso. Quando a pessoa atender, será transmitida uma mensagem com as informações do momento e orientações imediatas para rotas de fuga e busca de abrigos.
O governo de São Paulo também adquiriu um radar meteorológico norte-americano considerado mais moderno para prever com mais precisão a chegada de frentes frias no litoral paulista. A compra e a instalação do equipamento, que está em processo de desembaraço no Porto de Santos, custará cerca de R$ 10 milhões aos cofres do governo paulista.
Um terreno particular na Ilhabela foi escolhido para a instalação do radar e a expectativa é que até novembro esteja operacional. A Defesa Civil planeja instalar nove equipamentos semelhantes em todo o estado nos próximos anos.

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