Filhos de motorista assassinado fazem ação cultural em Tremembé em homenagem ao pai


Ação em memória ao motorista Márcio Gatti contou com intervenções culturais, doações e trocas de livros e a soltura de balões brancos ao ar livre: “Decidimos devolver com paz o que recebemos com violência” Ação contra a violência e em homenagem à Márcio Gatti, em Tremembé, SP
Arquivo pessoal
Os filhos do motorista de aplicativo Márcio Gatti, que foi brutalmente assassinado enquanto trabalhava em 2021, fizeram uma homenagem para o pai nesta quinta-feira (7) e mobilizaram a população para pedir o fim da violência em Tremembé (SP).
Com doações de livros, intervenções culturais e soltura de balões, os filhos tentam ressignificar a morte de Márcio, usando o legado da educação deixado pelo pai, para evitar novas tragédias na cidade e quebrar o ciclo de violência.
“Decidimos devolver com paz o que recebemos com violência. Buscamos justiça através da educação, pois acreditamos que ela é a maior aliada no combate a violência”, afirmou a estudante Letícia Mello Frazão Gatti, filha de Márcio.
A data escolhida pela família para a distribuição de livros em praça pública tem um motivo: alcançar o maior número de estudantes que estiveram nas ruas para os desfiles cívicos na cidade nesta quinta-feira.
Ação contra a violência e em homenagem à Márcio Gatti, em Tremembé, SP
Arquivo pessoal
Enquanto realiza homenagens ao pai, o sentimento de Letícia e de toda família é de esperança para que haja justiça, mesmo após quase três anos do assassinato brutal do pai.
“Nós não conhecemos nenhum dos envolvidos, não desejamos vingança, mas esperamos justiça, pois, ao arrancarem a vida do meu pai, eles deixaram muitas outras vítimas: meus irmãos, meus tios, minha avó e os tantos amigos que ele tinha”.
O crime
Márcio foi encontrado morto a facadas em um lago no bairro Maracaibo, em Tremembé, no dia 5 de fevereiro de 2021. Ele estava desaparecido depois de ter saído para uma corrida por aplicativo.
Motorista de aplicativo Márcio Gatti foi encontrado morto em Tremembé
Arquivo pessoal
Após serem presos pela polícia, em depoimento os quatro homens contaram que receberam R$ 1,5 mil para atrair o motorista para uma emboscada e matá-lo.
Os suspeitos alegaram que o mandante havia encomendado o homicídio depois de descobrir que Márcio teria tido um caso com sua esposa. O homem apontado por eles como mandante se entregou à polícia após o depoimento deles. Márcio era divorciado e deixou quatro filhos.
Em outubro daquele ano, a Justiça manteve a prisão preventiva dos quatro acusados de matar Márcio. À época, a juíza Maria Prado de Melo alegou que a prisão preventiva foi mantida como “garantia da ordem pública, pois o crime praticado traz desassossego social gerando ainda mais pânico no momento delicado em que estamos vivendo”.
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