Júri vai ser realizado seis anos após o assassinato da vendedora Jaqueline Barros, que foi morta enquanto trabalhava na cidade do interior de SP. Jaqueline Barros foi morta no trabalho em São José dos Campos
Arquivo pessoal
Gustavo André da Costa de Sá, médico acusado de ser mandante do assassinato da ex-esposa Jaqueline Barros, vai a júri popular na manhã desta sexta-feira (11), em São José dos Campos (SP).
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o júri está marcado para às 9h e será realizado no Fórum de São José dos Campos, que fica no Jardim Aquarius, zona oeste da cidade.
O médico vai a júri seis anos após a morte da vendedora em São José dos Campos. Os executores da vítima foram condenados há três anos.
À época do crime, em 2017, a Polícia Civil apontou que o médico pagou pelo homicídio da vítima por uma dívida de pensão. Ele chegou a ser preso, mas solto pouco depois. Em 2022 , ele foi preso novamente por não pagamento de pensão, mas dez dias depois teve nova decisão favorável, que o colocou em liberdade.
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Por telefone, a irmã de Jaqueline, Giselle Barros, falou sobre o sentimento da família às vésperas do júri. Ela contou que esse momento foi muito aguardado, pois foram anos com sentimento de impunidade, mas que ao mesmo tempo é difícil reviver a morte da irmã.
“É complicado falar sobre essas coisas, o sentimento é muito estranho. Estou contente, mas com muito medo, estou bem ansiosa e também angustiada. A gente esperou por muito tempo para que isso acontecesse. Vou fazer o possível para estar lá (no júri). É uma sensação muito ruim que isso traz, pois volta tudo né? Não que a gente esqueça em algum momento, mas volta tudo à tona”, disse.
O caso corre em segredo de Justiça. O g1 tenta contato com a defesa do médico. À época do crime, ele negou as acusações.
Loja onde a vendedora foi morta a tiros
Divulgação/DIG
Crime
O crime aconteceu no dia 8 e maio de 2017 na loja em que a vítima trabalhava. Um homem entrou se passando por cliente, caminhou em direção a Jaqueline e disparou três vezes. Dois dos tiros atingiram o rosto da vítima, que não resistiu e morreu. O atirador e a companheira foram identificados por uma câmera de segurança próxima ao local e presos três meses depois.
À polícia, eles confessaram que o crime havia sido encomendado por Gustavo por R$ 7 mil. Uma semana depois, a polícia encontrou no telhado da casa dele a arma usada no crime e o médico foi preso. Cerca de um mês depois, no entanto, foi posto em liberdade. Desde então, o médico interpõe recursos na Justiça tentando evitar o julgamento.
Para a polícia, Jaqueline foi morta por causa de uma disputa judicial em um processo de divórcio. A vítima era dependente financeira do marido e havia conseguido uma pensão alimentícia. A dívida do médico com a vítima era de R$ 30 mil.
A polícia confirmou a participação do ex-marido de Jaqueline e de uma companheira dele depois de encontrar a arma usada para o crime em cima do telhado da casa do casal, em São José dos campos. Outro indício foi um comprovante de depósito bancário feito da conta do médico para a da avó de uma das suspeitas.
No dia do assassinato, o ex-marido de Jaqueline foi baleado horas após o crime. Ele deu entrada em um hospital de São José dos Campos com um tiro na virilha. À polícia, ele contou que reagiu a um assalto e foi baleado pelos criminosos.
Polícia encontrou arma no telhado da casa de ex-marido suspeito de encomendar morte de vendedora em São José
Divulgação/DIG
Executores foram condenados
Os executores do crime foram condenados pela Justiça em 2020. Maycon Wesley da Silva de Jesus foi condenado a 26 anos de prisão por ter matado a tiros a vendedora. A companheira dele, Ana Claudia de Costa Lima foi condenada a 20 anos no regime fechado.
Ambos foram sentenciados pela morte da vendedora com os agravantes de crime encomendado e mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. Eles fugiram para Curitiba (PR) após o crime, mas acabaram presos.
Os condenados são de Campos do Jordão e foram buscados na cidade pelo ex-marido de Jaqueline. No dia do crime, Ana Claudia teria ido até a loja, junto com a mulher que a indicou para o crime, para se certificar que Jaqueline estaria no local antes de Maycon entrar e balear a vítima.
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