Médico e ex-companheira condenados pela morte de vendedora são transferidos para presídios em Tremembé, SP


Eles estavam em uma cadeia em Caçapava (SP) desde a última quarta-feira (13), quando foram condenados pelo assassinato de Jaqueline Barros, crime que ocorreu em 2017. Médico e ex-companheira condenados pela morte de vendedora são transferidos para presídios em Tremembé, SP.
Reprodução
O médico Gustavo André da Costa de Sá, condenado a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros em 2017, em São José dos Campos (SP), foi transferido, na tarde desta sexta-feira (15), para a Penitenciária 2 de Tremembé (SP).
Além de Gustavo, a enfermeira Camila Faria Minamissawa, que era companheira do médico na época do assassinato, e que foi condenada a 20 anos de prisão em regime fechado, também foi transferida para a Penitenciária 1 de Tremembé.
A dupla estava detida na cadeia de Caçapava (SP) desde quarta-feira (13), quando foram condenados juntamente com Jéssica Cristina Viana, que também era ré no processo por ter indicado o assassino para matar a vendedora. Jéssica, porém, foi condenada a 8 anos de prisão e cumpre a pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleira e restrições.
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O que dizem os condenados
Procurado pelo g1 após a condenação, o advogado de defesa Ary Bicudo, que representa os réus Camila e Gustavo, informou que “vai preparar um recurso para que eles possam responder em liberdade, pedindo a suspensão da prisão”.
O advogado disse ainda que espera “reverter esse julgamento no TJ e conseguir outro júri”, no qual ele avalia que os clientes “certamente serão absolvidos”.
Já a advogada Ledamar Serpa Vergueiro, que defende Jéssica, informou que ela e a cliente “estão muito satisfeitas com o resultado, mesmo não havendo absolvição”. Disse ainda que “Jéssica vai cumprir pena com uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições, assim, mesmo não sendo liberdade plena, ela poderá seguir a vida de modo quase normal”.
Jaqueline Barros foi morta no trabalho
Arquivo pessoal
O crime
Jaqueline, que tinha 28 anos e era ex-esposa de Gustavo, foi morta a tiros no dia 8 de maio de 2017, na loja em que trabalhava, no bairro Jardim Esplanada, área considerada nobre da cidade.
Para a polícia, Jaqueline Barros foi morta por causa de uma disputa judicial em um processo de divórcio. A vítima era dependente financeira do marido e havia conseguido uma pensão alimentícia. A dívida do médico com a vítima era de R$ 30 mil.
Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que o assassino, Maycon de Jesus, chega ao local.
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Ainda segundo as investigações, Gustavo contou a intenção de matar Jaqueline para sua companheira na época, Camila Faria Minamissawa, que pediu ajuda à sua colega de trabalho Jéssica Cristina Viana – as duas também são julgadas nessa semana, junto com Gustavo.
Jéssica, então, apresentou a Gustavo sua prima, Ana Claudia de Costa Lima, e o companheiro dela, Maycon Wesley da Silva de Jesus – executores do crime e que já foram condenados.
De acordo com o depoimento de Jéssica durante o júri, ela receberia R$ 2 mil por organizar o crime. O médico pagaria ainda R$ 5 mil para quem efetuasse os disparos.
Com o plano estabelecido, Gustavo foi até Campos do Jordão, onde moravam Jéssica, Ana Cláudia e Maycon, dar carona ao trio e levá-los à São José dos Campos , onde o crime aconteceu.
Médico é condenado a 32 anos de prisão por mandar matar ex-mulher
Em frente à loja, Maycon caminhou em direção a Jaqueline e disparou três vezes. Dois dos tiros atingiram o rosto da vítima, que não resistiu e morreu.
Depois da execução, Gustavo levou o trio de volta a Campos do Jordão e retornou sozinho para São José, cidade onde morava. Durante a carona, Maycon devolveu ao médico a arma usada no assassinato.
No mesmo dia do crime, ainda segundo a acusação, Gustavo forjou uma tentativa de homicídio, ao atirar contra o próprio abdômen. Para a promotoria, a ideia dele era simular uma tentativa de homicídio e forjar um álibi.
A arma usada foi a mesma usada no crime e foi encontrada pela polícia no telhado da casa do médico.
Arte mostra como é o local onde foi realizado o júri popular do trio.
Arte/TV Vanguarda
O júri
Na terça-feira (12), o júri dos três réus durou cerca de 10 horas. O julgamento do médico Gustavo André Costa de Sá, da enfermeira Camila Faria Minamissawa (que era companheira de Gustavo na época do assassinato) e da Jéssica Cristina Viana – os três são acusados de serem os mentores do crime – o júri teve início com atraso, às 9h40. Os trabalhos foram suspensos às 19h25.
O júri foi formado por duas mulheres e cinco homens. Das 14 testemunhas convocadas inicialmente, foram ouvidas dez e também foi realizado o interrogatório dos réus.
Jéssica confessou a participação no crime, narrando ter recebido uma oferta de dinheiro por parte de Gustavo e Camila, para indicar uma pessoa para matar Jaqueline.
Ainda segundo o depoimento de Jéssica, Gustavo que negociou e pediu o crime, porém, segundo ela, foi a enfermeira Camila quem enviou uma foto de Jaqueline para mostrar quem era o alvo, tendo também participação no crime.
Por fim, a ré Jessica confessou que foi com a prima e o atirador em frente à loja onde Jaqueline trabalha, reconheceram a vítima e em seguida o atirador entrou para assassinar a jovem. Depois, os três fugiram.
Gustavo, Camila e Jessica foram julgados por morte de vendedora em São José
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Na quarta-feira (13), o júri começou às 09h15, com a fala da acusação. No período, o promotor Luís Fernando Guedes apresentou um documentário com imagens do crime, depoimentos de familiares, policiais e testemunhas.
“A vítima está debaixo da terra e eles [Gustavo, Camila e Jéssica] estão curtindo a vida adoidados”, disse o promotor em um dos momentos em que tentava convencer os jurados de que Jaqueline havia sido vítima de uma armação.
Pela manhã, Gustavo ficou sem reação durante a fala da acusação, enquanto Jéssica passou o tempo todo chorando. Camila também chorou por alguns momentos.
O júri teve um intervalo e foi retomado às 13h10, com a fala do advogado de defesa de Gustavo e de Camila. Na fala, a defesa tentou, por duas horas, convencer os jurados de que os dois eram inocentes.
Por fim, a defesa pediu a absolvição ou condenação simples aos réus para que não sejam aplicadas qualificadoras.
Às 15h10, a advogada de defesa de Jéssica alegou que ela foi seduzida nesse caso e que foi “ludibriada por uma amizade que tinha situação financeira muito melhor que ela”.
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