Caso Marco Aurélio: Polícia vai retomar buscas por escoteiro que desapareceu há 38 anos após drones identificarem possíveis covas


Operação vai mobilizar equipe com peritos de São Paulo, Vale do Paraíba e também equipes do Corpo de Bombeiros. Escoteiro desapareceu em 1985 em uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete, a 200 quilômetros da capital paulista. Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)
Arquivo pessoal
A Polícia Civil vai retomar na próxima segunda-feira (18) as escavações em uma área onde o corpo de Marco Aurélio Simon pode estar enterrado, após drones identificarem possíveis covas. O escoteiro está desaparecido há 38 anos, ao sumir durante uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete, a 200 quilômetros da capital paulista.
A reportagem apurou que foram utilizados drones de origem alemã pela polícia, que identificou pelo menos cinco pontos onde ossos estariam enterrados no Pico dos Marins. O drone tem tecnologia capaz de fazer detecção de materiais mesmo em uma grande profundidade.
A operação vai interditar uma parte do Picos dos Marins para as buscas, que podem durar até cinco dias. Além de policiais do Vale do Paraíba, peritos do Instituto de Criminalística do setor de arqueologia de São Paulo e equipes do Corpo de Bombeiros também vão participar do processo.
Ao todo, cinco pontos do pico já definidos serão vistoriados. A reportagem apurou que os peritos de São Paulo vão inclusive peneirar a terra nestes pontos, já que os ossos podem estar em migalhas devido ao processo de decomposição ao longo dos anos.
A retomada das buscas foi acordada em uma reunião realizada na Delegacia Seccional de Guaratinguetá nesta semana.
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)
Arquivo pessoal
Caso desarquivado
O caso foi desarquivado em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma área próxima ao acampamento.
Em novembro do ano passado e em julho de 2021, escavações chegaram a serem feitas pela Polícia Civil em uma casa e terrenos na área rural de Piquete (SP), mas nos dois casos a ação terminou sem o encontro de novas evidências sobre o caso Marco Aurélio.
Cães farejadores participaram da última busca em 2022, mas apenas um material orgânico, sem relação com o escoteiro, foi localizado na época.
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Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)
Arquivo pessoal
Segunda linha de investigação
A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.
A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.
Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.
Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho
Arquivo Pessoal
Histórico
Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, faziam uma trilha como escoteiros ao cume do Pico dos Marins, o mais alto do estado de São Paulo, que fica na cidade de Piquete.
À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para investigar seu desaparecimento, mas terminou arquivado e sem resposta. Mais de 30 anos depois, com um novo depoimento, a polícia decidiu pela reabertura e investigação do caso.
A primeira linha já foi executada em parte, com uma escavação, que terminou sem o encontro de novos indícios. Ainda há uma área a ser escavada, mas é classificada como de preservação ambiental e, por isso, foi necessária uma série de autorizações.
A segunda aponta suspeita de que estaria em Taubaté, depois de terem visto um morador de rua com os mesmos traços dele. À época do desaparecimento, havia depoimento de um motorista de ônibus que disse ter visto Marco Aurélio e ter dado a ele carona para ele.
A polícia tem ouvido pessoas que estavam com o menino à época, pessoas que disseram ter visto Marco Aurélio e mapeado penitenciárias e espaços de acolhida de pessoas em situação de rua em busca de informações.
Reportagem da época lembrava desaparecimento de Marco Aurélio no Pico dos Marins
Reprodução/ TV Vanguarda
Veja abaixo reportagem de quando o caso completou 20 anos:
Veja reportagem de quando caso do escoteiro desaparecido Marco Aurélio completou 20 anos
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