A nova fase da operação para encontrar indícios do escoteiro desaparecido há quase 40 anos chegou ao quarto dia consecutivo nesta quinta-feira (21). Caso Marco Aurélio: Máquina que parece um cortador de grama reforça buscas
Além de drones, as buscas pelo escoteiro Marco Aurélio Simon, que está desaparecido há 38 anos, têm contado com outro reforço tecnológico: uma máquina, parecida com um cortador de grama, que identifica objetos abaixo do solo.
As buscas chegaram ao quarto dia da nova fase da operação nesta quinta-feira (21). Ela foi retomada após drones identificarem cinco pontos onde ossos podem estar enterrados no Pico dos Marins, em Piquete, onde o garoto (na época com 15 anos) sumiu – leia mais detalhes do caso abaixo.
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Caso Marco Aurélio: Máquina que parece um cortador de grama reforça buscas.
Reprodução/TV Vanguarda
O equipamento começou a atuar na tarde de quarta-feira (20). Imagens – assista acima – mostram que ele tem uma estrutura parecida com um cortador de grama e é usado por peritos da Polícia Civil para conseguir identificar o que há embaixo do solo.
De acordo com a perícia, ele funciona como um raio-x e faz uma espécie de ultrassom da terra. A máquina, conhecida como georadar no meio policial, é conduzida sobre o solo e, de forma instantânea, gera na tela uma imagem em 3D, indicando o formato do que foi identificado.
Caso Marco Aurélio
Rauston Naves/g1
Caso a imagem gerada cause suspeita aos policiais – como por exemplo algo com formato parecido a ossos – o local é escavado.
Segundo informações do produto, o equipamento foi desenvolvido justamente para encontrar objetos no subsolo e tem uso aplicado, principalmente, na construção civil.
Além disso, é indicado também para manutenção de estradas e para profissionais que trabalham com topografia, já que gera mapas georreferenciados com precisão.
Um drone também tem sido usado nas buscas. Veja o vídeo e entenda como ele funciona:
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Por que as buscas foram retomadas?
Desde 1985 que a polícia e a família buscam por Marco Aurélio, que desapareceu quando fazia uma trilha ao cume do Pico dos Marins acompanhado de três amigos de mesma idade, 15 anos, e o líder de escotismo do grupo.
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)
Arquivo pessoal
Já foram feitos interrogatórios, escavações, o desaparecimento ganhou repercussão nacional, o caso foi arquivado, desarquivado, retratos de como o escoteiro estaria atualmente foram divulgados, novas buscas e escavações foram realizadas, mas nenhuma pista concreta sobre o que aconteceu com Marco foi encontrada ao longo desses anos.
Segundo a Polícia Civil, o motivo da retomada repentina do caso é que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco Aurélio pode estar enterrado no Pico dos Marins.
Drones que têm capacidade de fazer detecção de materiais mesmo em uma grande profundidade, sobrevoaram o Pico dos Marins e identificaram ao menos cinco pontos do terreno onde ossos estariam enterrados. A polícia acredita que esses locais podem ser covas e que o corpo de Marco pode estar no local.
Caso desarquivado
O caso foi desarquivado em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma área próxima ao acampamento.
Caso Marco Aurélio
Rauston Naves/g1
Em novembro do ano passado e em julho de 2021, escavações chegaram a serem feitas pela Polícia Civil em uma casa e terrenos na área rural de Piquete (SP), mas nos dois casos a ação terminou sem o encontro de novas evidências sobre o caso Marco Aurélio.
Cães farejadores participaram da última busca em 2022, mas apenas um material orgânico foi localizado na época.
Local onde as buscas pelo escoteiro Marco Aurélio, desaparecido há 38 anos, se concentrarão.
Arte/g1
Segunda linha de investigação
A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP)
Arquivo pessoal
A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.
Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.
Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho
Arquivo Pessoal
Desaparecimento e histórico
Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, acompanhados de um líder dos escoteiros faziam uma trilha ao cume do Pico dos Marins, o mais alto do estado de São Paulo, que fica na cidade de Piquete.
À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para investigar seu desaparecimento, mas terminou arquivado e sem resposta. Mais de 30 anos depois, com um novo depoimento, a polícia decidiu pela reabertura e investigação do caso.
A primeira linha já foi executada em parte, com uma escavação, que terminou sem o encontro de novos indícios.
A segunda aponta suspeita de que estaria em Taubaté, depois de terem visto um morador de rua com os mesmos traços dele. À época do desaparecimento, havia depoimento de um motorista de ônibus que disse ter visto Marco Aurélio e ter dado a ele carona para ele.
A polícia tem ouvido pessoas que estavam com o menino à época, pessoas que disseram ter visto Marco Aurélio e mapeado penitenciárias e espaços de acolhida de pessoas em situação de rua em busca de informações.
Reportagem da época lembrava desaparecimento de Marco Aurélio no Pico dos Marins
Reprodução/ TV Vanguarda
Veja abaixo reportagem de quando o caso completou 20 anos:
Veja reportagem de quando caso do escoteiro desaparecido Marco Aurélio completou 20 anos
Caso Marco Aurélio: Máquina que parece um cortador de grama reforça buscas.
Reprodução/TV Vanguarda
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