Sindicalistas presos em assembleia na Embraer foram detidos por crime contra organização do trabalho, lesão corporal e resistência


Os dois devem passar por audiência nesta quarta-feira na Justiça Federal. Prisão aconteceu durante uma confusão após assembleia próximo à fábrica da empresa em São José dos Campos. José Dantas Sobrinho, que é diretor do sindicato, foi preso.
Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e o apoiador detidos em uma confusão durante assembleia na Embraer foram presos por crime contra organização do trabalho, lesão corporal e resistência. A informação foi confirmada ao g1 nesta quarta (4) pela Polícia Federal.
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O caso aconteceu nesta terça-feira (3). Logo após a votação que aprovou uma paralisação de uma hora, houve uma confusão em uma entrada da fábrica. José Dantas Sobrinho, diretor do sindicato, e Ederlando Carlos da Silva, um apoiador, foram presos pela Polícia Militar – leia mais detalhes abaixo.
José Sobrinho e Ederlando Silva passaram a noite detidos e devem passar por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira. A defesa dos dois homens detidos alega que eles foram agredidos pelos policiais.
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De acordo com a Polícia Federal, onde os presos foram apresentados e encaminhados pela PM, eles permaneceram a noite presos pois a soma das penas previstas para cada crime é superior a quatro anos, o que impede a possibilidade de fixação de fiança.
Dois homens foram detidos durante manifestação da Embraer
Sindicalistas presos
Os dois foram presos pela Polícia Militar, na tarde desta terça-feira (3), em uma confusão durante uma assembleia realizada na cidade, próximo à Embraer.
Funcionários do turno da tarde foram abordados pelos representantes do Sindicato na entrada principal da unidade Ozires Silva. Pouco depois das 15h, na segunda assembleia do dia, foi aprovada em votação uma paralisação de uma hora, mas os funcionários acabaram entrando na fábrica e a paralisação foi suspensa.
Diretor de sindicato e apoiador são presos após confusão em assembleia na Embraer em São José dos Campos, SP.
Divulgação/Sindmetal
A movimentação foi acompanhada por equipes da polícia e, logo após a votação, houve confusão em uma entrada da fábrica. José Dantas Sobrinho, diretor do sindicato, e Ederlando Carlos da Silva, um apoiador, foram presos.
Segundo o Sindicato, o diretor e o apoiador faziam um cordão de isolamento em um outro portão da empresa, quando foram abordados pelos policiais, onde houve a confusão. A defesa dos dois homens detidos alega que eles foram agredidos pelos policiais.
Assembleia termina em confusão na Embraer
Depois de passarem pela Central de Flagrantes da Polícia Civil, eles foram levados à Delegacia da Polícia Federal, onde prestaram depoimento.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que durante o acompanhamento da manifestação, uma equipe da PM foi hostilizada por duas pessoas que foram detidas e conduzidas para a delegacia.
Ainda de acordo com a SSP, a Polícia Civil encaminhou a ocorrência para a Polícia Federal.
Funcionários da Embraer entram em greve nesta terça-feira (3)
Sindicato dos Metalúrgicos/Divulgação
Assembleia
Durante a manhã, a paralisação parcial foi até às 9h, quando os funcionários começaram a entrar para trabalhar.
De acordo com o Sindicato, o motivo dos protestos é uma reivindicação de reajuste acima da inflação nos salários.
Além disso, a associação que representa a categoria afirma que a empresa quer diminuir a estabilidade no emprego em casos de doença ocupacional e acidente de trabalho. Atualmente, a estabilidade é válida até a aposentadoria nas duas situações.
O Sindicato alega que a empresa quer passar para 21 meses a estabilidade em casos de doença ocupacional, e para 60 meses a estabilidade em acidentes de trabalho. A categoria também pede reajuste de salários acima da inflação.
Funcionários da Embraer em paralisação
André Luis Rosa/TV Vanguarda
O que diz a Embraer
Em nota, a Embraer disse que, por liberalidade, já concedeu um reajuste salarial de 4,06%, o que corresponde a 100% da inflação do período, aos colaboradores que recebem até R$ 10 mil, e um fixo de R$ 406 para quem recebe acima desse valor.
O Sindicato e a empresa estão usando como referência nessa negociação o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que, de setembro de 2022 a agosto deste ano, ficou em 4,06%, que é valor proposto pela companhia.
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