Decisão do TJ manteve liminar que o Ministério Público de SP havia contestado. Gustavo André Costa de Sá foi condenado a 32 anos de prisão, enquanto Camila Minamissawa foi condenada a 20 anos de prisão. Gustavo da Costa e Camila Minamissawa, condenados pela morte de Jaqueline Barros, em São José
Reprodução
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve, na tarde desta quarta-feira (18), a liminar que autoriza o médico Gustavo André Costa de Sá e a enfermeira Camila Faria Minamissawa, condenados pela morte da vendedora Jaqueline Barros, a responderem o processo em liberdade.
Na decisão, o relator Figueiredo Gonçalves cita que “a simples condenação não é o bastante para impedir que os sentenciados continuem, tal como se encontravam anteriormente, a defenderem-se nos autos, ainda livres”.
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A decisão acontece menos de uma semana depois de o Ministério Público de São Paulo ingressar com um pedido contra a liminar que já havia sido concedida em setembro deste ano. Na ocasião, o próprio TJ havia concedido liberdade provisória aos condenados.
Gustavo André Costa de Sá foi condenado em setembro a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros. Camila Minamissawa, que era companheira do médico na época do assassinato, foi condenada a 20 anos de prisão em regime fechado.
O g1 tenta contato com a defesa de Gustavo e Camila.
Jaqueline Barros foi morta no trabalho
Arquivo pessoal
O caso
Jaqueline, que tinha 28 anos e era ex-esposa de Gustavo, foi morta a tiros no dia 8 de maio de 2017, na loja em que trabalhava, no bairro Jardim Esplanada, área considerada nobre da cidade.
Para a polícia, Jaqueline Barros foi morta por causa de uma disputa judicial em um processo de divórcio. A vítima era dependente financeira do marido e havia conseguido uma pensão alimentícia. A dívida do médico com a vítima era de R$ 30 mil.
Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que o assassino, Maycon de Jesus, chega ao local.
Vídeo pode relacionar ex-marido a atirador no caso da vendedora morta em São José
Ainda segundo as investigações, Gustavo contou a intenção de matar Jaqueline para sua companheira na época, Camila Faria Minamissawa, que pediu ajuda à sua colega de trabalho Jéssica Cristina Viana – as duas também são julgadas nessa semana, junto com Gustavo.
Jéssica, então, apresentou a Gustavo sua prima, Ana Claudia de Costa Lima, e o companheiro dela, Maycon Wesley da Silva de Jesus – executores do crime e que já foram condenados.
De acordo com o depoimento de Jéssica durante o júri, ela receberia R$ 2 mil por organizar o crime. O médico pagaria ainda R$ 5 mil para quem efetuasse os disparos.
Com o plano estabelecido, Gustavo foi até Campos do Jordão, onde moravam Jéssica, Ana Cláudia e Maycon, dar carona ao trio e levá-los à São José dos Campos , onde o crime aconteceu.
Em frente à loja, Maycon caminhou em direção a Jaqueline e disparou três vezes. Dois dos tiros atingiram o rosto da vítima, que não resistiu e morreu.
Depois da execução, Gustavo levou o trio de volta a Campos do Jordão e retornou sozinho para São José, cidade onde morava. Durante a carona, Maycon devolveu ao médico a arma usada no assassinato.
No mesmo dia do crime, ainda segundo a acusação, Gustavo forjou uma tentativa de homicídio, ao atirar contra o próprio abdômen. Para a promotoria, a ideia dele era simular uma tentativa de homicídio e forjar um álibi.
A arma usada foi a mesma usada no crime e foi encontrada pela polícia no telhado da casa do médico.
Condenação
Em 13 de setembro, Gustavo André da Costa foi condenado a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros em 2017, em São José dos Campos (SP). A condenação foi feita após o júri popular que durou dois dias.
O médico foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio, além de crime contra mulher, por motivo torpe, porte ilegal de arma e fornecimento de arma, falsificação de crime e por ocultar o crime, totalizando os 32 anos e 6 meses em regime fechado.
Arte mostra como é o local onde foi realizado o júri popular do trio.
Arte/TV Vanguarda
Além de Gustavo, a enfermeira Camila Faria Minamissawa, que era companheira de Gustavo na época do assassinato, também foi condenada à prisão em regime fechado. Ao todo, ela pegou 20 anos de prisão, sendo 16 pelo homicídio e os demais por motivo torpe.
Jéssica Cristina Viana, que também era ré no processo por ter indicado o assassino para matar a vendedora, foi condenada a 16 anos de prisão, sendo 14 pelo assassinato e o restante por motivo torpe.
No entanto, por Jéssica ter confessado o crime e delatado os acusados em plenário, ela teve a pena reduzida para 8 anos e vai cumprir em regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica e restrições de liberdade.
*Matéria em atualização.
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