Onde está Beatriz Winck? Mistério do sumiço de idosa em excursão a Aparecida completa 11 anos


Beatriz Winck tinha 77 anos quando desapareceu no Santuário Nacional de Aparecida, no dia 21 de outubro de 2012. Desde então, nenhuma pista foi encontrada e a procura continua. Fotografia de Beatriz Winck quando desapareceu em 2012
Arquivo pessoal
Onde está Beatriz Winck? Há 11 anos, a vida de João Carlos Winck mudou completamente e o químico faz essa pergunta para si todos os dias. Em 2012, a mãe dele, Beatriz, desapareceu em uma visita ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, e, sem solução, o caso se tornou um dos maiores mistérios do país.
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Mesmo sem pistas sobre o paradeiro da mãe, João mantém as esperanças de reencontrar a mãe com vida.
“Tenho certeza de que ela está viva, com perda de memória em algum lugar, mas me preparo para tudo. Não posso descartar nada. Caso ela esteja morta, quero recolher e trazer para o jazigo da família. Ela tem que estar perto de nós”, conta em entrevista ao g1.
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O sumiço em excursão a Aparecida que é mistério para família desde 2012
Arquivo Pessoal
O Sumiço
Beatriz Winck desapareceu no dia 21 de outubro de 2021. Na época com 77 anos, a idosa sumiu no Santuário Nacional, quando esperava o marido, Delmar Winck, na frente de uma loja de artigos religiosos, enquanto ele fazia uma compra.
Essa foi a última vez que Beatriz foi vista. De acordo com João, Delmar saiu da loja após finalizar a compra e não a encontrou mais. O local estava lotado nesse dia. O casal do Rio Grande do Sul, inclusive, havia chegado à Aparecida por meio de uma excursão.
Principal responsável pelas buscas desde o desaparecimento, o químico de 65 anos conta que já fez de tudo, desde ações para divulgar o caso até visita a diversas cidades do país e contato com pessoas com quem nunca havia imaginado conversar.
“Até hoje não tivemos nenhuma pista concreta. Eu já fiz de tudo: identificação de corpos, contato com marginais, visita a praticamente todos os estados, entrega de panfletos com fotos, envio de e-mails a inúmeros asilos e prefeituras, mas até hoje nada”, lamenta.
A Polícia Civil abriu investigação sobre o caso, mas até hoje não há indícios de solucionar o sumiço. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse ao g1 que segue investigando o caso, por meio do Procedimento de Investigação de Desaparecido.
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Gustavo Marcelino
Buscas no Rio de Janeiro
Depois do sumiço de Beatriz, João Wink passou os 90 dias seguintes em Aparecida em buscas da mãe. Depois, visitou inúmeras outras cidades no país após receber mensagens de pessoas que afirmaram ter visto pessoas com as mesmas características que as dela.
“Já procuramos em praticamente todo o estado de São Paulo e também em Minas Gerais. Já fui também para Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, até Rio Grande do Sul mesmo (de onde a família é), entre outros estados”, conta.
Beatriz e Delmar estavam casados havia cerca de 60 anos quando ela desapareceu
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Agora, as buscas estão concentradas no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a procura por indícios na capital carioca começou após dicas de uma policial.
“As buscas continuam. Eu não vou desistir. Agora elas estão concentradas no Rio de Janeiro. Desde o desaparecimento, fui escolhendo locais que para mim eram mais prováveis de encontrá-la, e agora estamos no Rio de Janeiro, na capital mesmo, em algumas favelas. Tenho uma policial que me ajuda e ela disse que moradores de favelas acolhem com mais facilidade as pessoas que precisam de ajuda.”
Mesmo com foco no RJ, nenhuma possibilidade é descartada, já que a falta de indícios precisos faz com que não haja uma linha de investigação principal definida.
“Averiguamos absolutamente tudo. Eu não descarto nada, justamente por conta de falta de provas concretas. Não há indícios que nos leve para algum caminho específico. Tudo é possível”, afirma João Wink.
Saúde do pai
Hoje com 92 anos, Delmar Winck, companheiro de Beatriz, também espera por respostas sobre o caso da esposa. Segundo João, a saúde do pai teve uma piora considerável desde o ocorrido.
“Meu pai está com 92 anos. A saúde dele se agravou muito desde que isso aconteceu. Já teve três AVCs e hoje vive em cama ou cadeira. Perdeu o movimento dos braços e de uma das pernas.”
João se tornou o principal responsável por buscar informações sobre a mãe. Ele conta que o pai sempre costuma perguntar sobre Beatriz
Arquivo Pessoal
Mesmo com tantas dúvidas sobre o assunto, a família evita conversar sobre Beatriz com Delmar, já que as lembranças do caso o magoam.
“Não tocamos mais no assunto com ele, porque isso o deixa muito mal, então evitamos ao máximo. Meu sentimento é de que ele não se entrega porque espera por uma resposta. Acho que se tivermos alguma resposta concreta, não vai demorar para ele partir”, conclui João.
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Reprodução
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