Audiência de conciliação entre GM e Sindicato termina sem acordo; greve dos trabalhadores continua


Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que a entidade e a empresa se reunissem para resolver a situação, mas não houve acordo. Nova reunião foi marcada para semana que vem. GM em São José dos Campos
Camilla Motta/G1
A audiência de conciliação realizada na tarde desta sexta-feira (27) entre a General Motors (GM) e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos terminou sem acordo, de acordo com o sindicato. Os trabalhadores seguem em greve.
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A audiência havia sido determinada pela Justiça do Trabalho, para tentar resolver a situação de crise na fábrica, que anunciou a demissão de cerca de 1,2 mil trabalhadores nesta semana.
De acordo com o sindicato, o desembargador João Alberto Alves Machado, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), chegou a propor a suspensão de 800 demissões durante a audiência, mas a montadora não aceitou.
Na ata da audiência, consta que a GM argumentou que as demissões foram necessárias em razão da queda nas vendas dos produtos fabricados na unidade de São José dos Campos, o que implica em queda de produção.
Funcionários demitidos protestam com uniformes pendurados no entorno da fábrica da GM em São José
Rauston Naves/ TV Vanguarda
Ainda segundo o documento, a montadora informou que está se esforçando para obter solução do caso, tendo oferecido acordo para Plano de Demissão Voluntária e negociado uma diminuição de volume de produção para participação nos lucros e resultados.
Na reunião, o desembargador solicitou que a GM apresente em 24 horas o acordo de layoff celebrado com o sindicato, no qual, segundo a instituição, havia a garantia de estabilidade no emprego para todos os funcionários da fábrica.
Uma nova audiência foi marcada pela Justiça para o dia 8 de novembro, às 16h. Sem acordo, o sindicato informou que a greve dos trabalhadores continuará a ser realizada.
O g1 procurou a GM para comentar sobre a audiência, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.
Manifestação contra as demissões na GM
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Rauston Naves/TV Vanguarda
Crise e demissões
Os cerca de 1,2 mil cortes foram anunciados pela empresa no último sábado (21) por meio de telegramas e e-mails. Desde segunda-feira (23), todos os funcionários das três fábricas da montadora em São Paulo estão em greve.
Nesta quinta-feira, funcionários da unidade de São José dos Campos fizeram um protesto e mantiveram a greve na unidade. A manifestação contou com a participação de cerca de mil pessoas, entre demitidos, não demitidos e sindicalistas. O ator começou por volta das 9h e percorreu diversas ruas da região central da cidade.
Funcionários demitidos protestam com uniformes pendurados no entorno da fábrica da GM em São José
Rauston Naves/ TV Vanguarda
O grupo pede que a GM volte atrás e não demita os trabalhadores. A ação aprovou também a continuidade da greve, que, de acordo com o sindicato, só será encerrada com o cancelamento dos cortes.
Essa foi a terceira ação contra as demissões em São José. Na quarta-feira (25), funcionários demitidos penduraram uniformes com mensagens nos alambrados da unidade da montadora.
Nas mensagens, eles pediram o emprego de volta, reclamaram de anos de serviços prestados que haviam sido desconsiderados pela empresa e solicitaram ajuda dos governos estadual e federal.
Unidades
Em São José dos Campos, onde a empresa produz os modelos S-10 e Trailblazer, a empresa tem cerca de 4 mil funcionários, sendo que 1,2 mil já estavam em layoff – suspensão temporária dos contratos de trabalho.
Em São Caetano, onde são fabricados os modelos Spin, Tracker e Montana, são mais de 7 mil trabalhadores. A unidade de Mogi das Cruzes conta com cerca de 500 trabalhadores e produz peças de montagem para a S10.
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