Complexo prisional no interior de São Paulo costuma receber presos envolvidos em casos de grande repercussão. Objetivo é garantir a segurança e a privacidade dos internos. Presos famosos que estão ou passaram pelas penitenciárias de Tremembé
Imagens de g1, TV Globo, TV Vanguarda, Divulgação/Senad e Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo
Famoso por receber presos envolvidos em casos de grande repercussão nacional, o complexo prisional de Tremembé, no interior de São Paulo, é conhecido como Presídio dos Famosos.
Distante cerca de 150 km da capital paulista, a cidade abriga unidades prisionais que já receberam detentos como Suzane Richthofen, Elize Matsunaga, o ex-médico Roger Abdelmassih, o casal Nardoni e até Edinho, filho de Pelé (confira lista abaixo).
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Saída temporária para presos da região
Tremembé receber presos considerados ‘famosos’ não é coincidência. O padrão é adotado há muitos anos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e visa garantir a segurança e a privacidade dos internos.
A reportagem do g1 apurou que não há nenhuma mudança nos procedimentos e tratamento aos presos com relação às demais unidades do Estado. A diferença é apenas no perfil dos presos nas unidades, a fim de evitar conflitos.
A P2 de Tremembé e a P1 Feminina, por exemplo, não abrigam líderes de facções, mas recebem presos em crimes de repercussão, políticos, médicos e agentes de força de segurança.
‘Saída temporária’: Veja o que é e quem tem direito
Além delas, o complexo prisional de Tremembé conta ainda com outras três unidades na cidade. São outras duas penitenciárias e um centro de progressão.
Veja abaixo os detentos mais conhecidos e como são a P2 de Tremembé e a P1 feminina, os dois presídios que abrigam os presos famosos na cidade:
Os ‘famosos’ de Tremembé
Entre os detentos de casos de grande repercussão, os principais são:
Suzane von Richthofen, que deixou a prisão em janeiro;
Anna Carolina Jatobá, que está no regime aberto desde junho;
Alexandre Nardoni, que está no regime semiaberto, na P2 de Tremembé;
Cristian Cravinhos, que continua na P2;
Daniel Cravinhos, que já deixou a prisão;
Elize Matsunaga, em liberdade condicional desde 2022;
Gil Rugai, que está na P2 e tenta progressão ao regime aberto;
Pimenta Neves, que deixou a P2 em 2016;
Mizael Bispo, beneficiado com regime aberto neste ano;
Edinho, filho de Pelé, que saiu da prisão em 2019;
Roger Abdelmassih, que segue cumprindo pena por abusar de pacientes;
Fabinho Fontes, ex-jogador do Corinthians, que já deixou a prisão;
Luiz Estevão, ex-senador;
Lindemberg Alves, que cumpre pena no semiaberto.
P2 de Tremembé
A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado é popularmente conhecida como P2 de Tremembé. Nela, cumprem penas detentos como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Lindemberg Alves e Gil Rugai. O local já recebeu também Mizael Bispo, que cumpriu pena por matar Mércia Nakashima, e Edinho, filho de Pelé.
A P2 de Tremembé tem capacidade para 624 presos entre o regime semiaberto e fechado, mas atualmente abriga 436. É dividida em dois pavilhões de regime fechado e um alojamento para os presos do semiaberto.
Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo
Laurene Santos/TV Vanguarda
Mesmo no regime fechado, os presos podem trabalhar na unidade. Dentro da P2 funcionam fábricas de carteira e cadeiras escolares, fechaduras e de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário.
Os presos também têm acesso a cursos de teatro e oficinas, como leitura e origami, e uma biblioteca equipada com mais de 7,5 mil títulos.
Produção de máscaras para serem usadas na proteção ao coronavírus em presídios de Tremembé
Ana Paula Igual/Funap
A unidade, no modelo atual, foi criada após desativação do Carandiru, concluída definitivamente em 2002, após o massacre de 10 anos antes, em que 111 detentos morreram.
À Globonews, o juiz aposentado do Estado de São Paulo Nagashi Furukawa, secretário de Estado da Administração Penitenciária responsável pela criação do modelo, afirmou que o objetivo era transferir para P2 presos que “pela profissão que exerciam ou por alguma outra razão, corriam risco de vida em outras unidades prisionais”.
P1 Feminina em Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
P1 Feminina
A Penitenciária Feminina I Santa Maria Eufrásia Pelletier foi inaugurada em 1978 e abriga presas dos regimes fechado e semiaberto.
O local já recebeu presas como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá. As três, no entanto, receberam benefício de liberdade condicional nos últimos anos e já não estão mais abrigadas no presídio.
A primeira a deixar a prisão foi Elize Matsunaga, em maio de 2022. Suzane deixou o presídio em janeiro deste ano, enquanto Anna Carolina Jatobá saiu em junho.
Suzane von Richtofen durante saidinha da P1 em Tremembé em 2018
Luara Leimig/TV Vanguarda
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, o local tem capacidade para receber até 462 detentas, mas abrigava 416 até o dia 20 de dezembro.
A P1 feminina fica construída em uma área de cinco mil metros quadrados na região central de Tremembé.
Assim como no presídio masculino, as presas participam de atividades de cultura e trabalho. Na P1 Feminina, uma oficina da Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) oferece os trabalhos de corte e costura, além de orfanato.
No local, as presas produzem uniformes para as unidades prisionais do Estado. Durante a pandemia, houve produção de máscaras de proteção contra a Covid-19.
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