Antártida: Expedição de velejadores completa 1 mês e meteorologista relata experiências e desafios da viagem


Ao g1, Giovanni Dolif contou que motor chegou a apresentar problemas e água entrou na embarcação durante a viagem, mas problemas foram resolvidos. Nesta semana, tripulantes devem enfrentar trajeto mais difícil da expedição. Expedição que partiu do litoral paulista completa 1 mês nesta segunda-feira (25)
Marcos Hurodovich/Expedição Antartica VPE64
A expedição dos velejadores brasileiros rumo à Antártida completou, nesta segunda-feira (25), um mês de viagem. A bordo do veleiro Polar Endurance 64 (VPE-64), os nove tripulantes, que partiram do litoral paulista, já estão no sul da Argentina – mais precisamente em Ushaia.
Um dos tripulantes dessa aventura é Giovanni Dolif, que atua como meteorologista do Cemaden, no Vale do Paraíba, em SP, e, na expedição, é o responsável por avaliar as condições climáticas para uma viagem segura.
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O meteorologista do Cemaden, Giovanni Dolif, durante a expedição rumo à Antártida
Marcos Hurodovich/Expedição Antartica VPE64
Ao g1, Dolif contou que atualmente eles estão atracados em Ushuaia, no sul da Argentina.
“Estamos atracados em Ushuaia, planejamos partir em dois dias e cruzar o Estreito de Drake, que é o trecho mais perigoso da expedição, o fim desta semana, a depender da meteorologia, sob minha responsabilidade”, explicou.
Antes da chegada em Ushuaia, o veleiro foi ancorado em uma baia no Canal Beagle. Antes, porém, a embarcação passou pelo estreito de Le Maire que, segundo Dolif, é temido.
“É um lugar temido porque fortes correntezas de maré e ventos podem formar grandes ondas de 10 metros de altura. Foi um dos trechos mais perigosos e para o qual dedicamos bastante tempo de estudos e planejamento, desde antes da expedição”.
Na cidade, os tripulantes aproveitaram para fazer uma trilha de cinco horas para chegar ao cume do Cerro Guanaco. A atividade serviu como um dos preparos para, enfim, velejarem rumo à Antártida.
Experiências
Foi no estreito de Le Maire que a equipe viu neve na montanha pela primeira vez na viagem. Além da neve, os tripulantes também puderam contemplar pinguins e baleias de longe.
Durante o trajeto do litoral paulista ao sul da Argentina, eles também registraram, em Florianópolis, golfinhos de diferentes espécies.
Golfinhos avistados durante expedição, em Florianópolis (SC)
Giovanni Dolif/Expedicao Antartica VPE64
No entanto, uma espécie de golfinho, em especial, chamou a atenção dos viajantes: o golfinho-panda ou golfinho-de-commerson, que é encontrado somente na costa sul da América do Sul.
Golfinho-panda também foi visto pelos tripulantes durante expedição à Antártida
Marcos Hurodovich/Expedição VPE64
Segundo o meteorologista, a alimentação na embarcação é feita com comida cozida a vapor e embalada a vácuo.
Alimentação dos tripulantes é comida cozida a vapor e embalada a vácuo
Cesar Mello/Expedição Antartica VPE64
Problemas resolvidos
De acordo com Dolif, nem só de bonitas paisagens e registros de belos animais foi marcado o primeiro mês de expedição do VPE-64. Segundo ele, no primeiro trecho da viagem, um problema no motor preocupou os viajantes.
“No primeiro trecho, entre Santos e Rio Grande do Sul, tivemos um problema sério no motor. Entrou água dentro do motor, pelo escapamento, o chamado calço hidráulico”, contou.
“O motor não ligava por causa da água, então precisamos abrir o motor e tirar a água. Tudo isso enquanto navegávamos, com o barco balançando e num espaço reduzido, mas deu certo”, completou.
Tripulantes do veleiro Polar Endurance 64, durante expedição rumo à Antártida
Expedição Antartica VPE64
Segundo ele, foi necessária a instalação de uma válvula no escapamento para que isso não voltasse a acontecer.
Na saída da barra de Rio Grande do Sul, os tripulantes encontraram outra adversidade: grandes ondas e vento forte em direção contrária à correnteza, o que causou a entrada de água no barco.
“A certa altura, percebemos água no barco. É a pior coisa que pode acontecer num barco navegando. As pancadas das ondas por baixo empurravam água do mar por frestas na região da quilha do barco”, revelou.
Em seguida, eles conseguiram sair da área das ondas grandes e a tripulação trabalhou imediatamente para tapar os buracos.
Toda o dia-a-dia da expedição está sendo relatado pelos tripulantes nas redes sociais e os interessados podem acompanhar a viagem em tempo real através do site.
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