Operação da FAB em busca de helicóptero desaparecido entrou nesta quinta-feira (4) em seu 4º dia, com foco em nova área para varredura. A aeronave sumiu no último domingo (31), durante um voo que partiu de SP com destino ao Litoral Norte paulista. VIDEO mostra áreas de buscas da FAB pelo helicóptero desaparecido nesta quinta
Equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Militar de São Paulo estão mobilizadas há quatro dias em uma operação nas buscas por um helicóptero que desapareceu com quatro pessoas em São Paulo, no último dia 31 de dezembro.
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Em 27h de sobrevoos, as equipes especializadas em buscas e resgates realizaram uma varredura aérea sobre ao menos seis cidades: Caraguatatuba, Natividade da Serra, Redenção da Serra, Paraibuna, São Luiz do Paraitinga, Salesópolis .
VIDEO mostra como funciona as buscas dentro do avião da FAB
Onde acontecem as buscas?
Uma área de mais de 5 mil km² foi delimitada para as buscas. Nesta quinta-feira (4), o trabalho com avião da FAB se concentra pela primeira vez na região das cidades de Natividade da Serra, Redenção da Serra e São Luiz do Paraitinga (veja no vídeo no início da reportagem).
A varredura nessa área segue uma possível mudança de rota do helicóptero desaparecido. Uma mensagem enviada por um dos passageiros antes do sumiço revelou que o piloto pode ter mudado o destino por causa do mau tempo.
“Vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba, porque Ilhabela está ruim. Não consigo chegar”, disse o empresário Raphael Torres em mensagem ao filho.
Empresário enviou mensagem ao filho dizendo que ia para Ubatuba antes de helicóptero sumir: ‘Ilhabela está ruim’
Antes, as buscas se concentraram principalmente entre Paraibuna, no Vale do Paraíba, e Salesópolis, na Grande São Paulo.
Além disso, as equipes sobrevoaram também a Rodovia dos Tamoios (SP-99) e a Serra do Mar, na região de Caraguatatuba. Veja na arte abaixo a área sobrevoada pelo avião da FAB na quarta-feira:
Área sobrevoada pela FAB nesta quarta-feira (3), em busca de helicóptero desaparecido
Reprodução/TV Vanguarda
Área de mata e nebulosidade
As buscas se concentram sobre áreas de mata e dependem das condições meteorológicas. Além disso, o relevo montanhoso também dificulta as buscas, segundo a FAB.
Nesta quinta, por exemplo, a aeronave de busca da FAB só decolou por volta das 10h por causa da nebulosidade.
A área sobrevoada nesta quinta já estava no foco da operação das forças de segurança em busca do helicóptero desaparecido, mas ainda não havia sido sobrevoada por conta das condições climáticas, que atrapalhavam a vista aérea.
Com a condição climática considerada melhor neste momento, as aeronaves embarcaram rumo à região, onde atualmente as buscas se concentram.
FAB concentra buscas em área de mata por helicóptero que desapareceu em SP
Também são feitas buscas por terra?
Até o momento, não foram iniciadas buscas por terra ou água, como nas represas da região. O Corpo de Bombeiros está de prontidão para iniciar as operações terrestres, mas aguarda solicitação da FAB ou do Comando de Aviação da PM.
As equipes podem ser acionadas com coordenadas para checagem de pontos a partir de avistamentos do trabalho aéreo.
SC-105 Amazonas, da Força Aérea Brasileira
Divulgação/FAB
Como é o avião usado nas buscas?
A Força Área Brasileira (FAB) mobilizou uma aeronave com tecnologia avançada para busca e salvamento: o avião C295, conhecido como SC-105 Amazonas e fabricado pela Airbus. O avião decola e reabastece no aeroporto de São José dos Campos.
O modelo de aeronave exige treinamento prévio da tripulação, tem capacidade de fazer busca visual e noturna e é usado por forças armadas ao redor do mundo. São 15 tripulantes especializados que se revezam e voam em média nove horas por dia sobre as áreas de buscas.
SC-105 Amazonas, da Força Aérea Brasileira
Divulgação/FAB
Entre suas principais características está a capacidade de visualizar pequenos alvos em alto mar, além de detectar até 2 mil alvos em todas as condições meteorológicas, inclusive através de nuvens, o que a torna um transporte versátil.
Outra capacidade é a de usar pistas de pouso despreparadas, o que faz com que o avião seja implantado para viagens de reabastecimento em locais remotos.
Além do SC-105, as buscas são reforçadas pela Polícia Militar de São Paulo, que troca informações com as equipes da FAB e realiza voo a baixa altura e velocidade reduzida com um helicóptero. Nos voos, são empregados cinco policiais.
Polícia não vê indício de relação do caso com corpo encontrado
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que não há indícios de que o corpo encontrado em uma represa de Natividade da Serra (SP), na quarta-feira (3), tenha relação com o desaparecimento do helicóptero que é procurado.
A vítima foi encontrada em uma área próxima à margem da represa que passa pela rua da Balsa, no bairro Alto. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Taubaté para análise.
O Corpo de Bombeiros informou preliminarmente que o corpo foi reconhecido por munícipes de Natividade da Serra como um morador da cidade.
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Arte g1
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Desaparecimento
A aeronave saiu da capital paulista com destino a Ilhabela (SP), mas perdeu o contato com as torres de comando.
De acordo com a Polícia Militar, que dá apoio nas buscas, a aeronave desaparecida saiu do aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (31), por volta das 13h15, com destino a Ilhabela.
O g1 apurou que os ocupantes do helicóptero são:
Luciana Rodzewics, de 45 anos;
Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos (filha de Luciana);
Raphael Torres, 41 anos (amigo de Luciana e Letícia);
Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos (o piloto).
Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos estavam na aeronave.
Arquivo pessoal
Ao g1, a irmã da passageira Luciana informou que eles planejavam fazer um bate-volta para Ilhabela. Ela alega que Raphael é amigo do piloto e convidou a Luciana e a filha para esse passeio. Não era, segundo ela, um passeio contratado.
Às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
O helicóptero que desapareceu possui o prefixo PRHDB, modelo Robinson 44, e é pintado de cinza e preto.
Modelo do helicóptero similar ao que desapareceu no Litoral Norte de SP
Divulgação
Enquanto estava voando a caminho de Ilhabela (SP), Letícia enviou um vídeo para o namorado, mostrando o voo e afirmou que o tempo estava ruim – assista acima.
Nas imagens feitas por Letícia, é possível ver o piloto e o passageiro Raphael Torres, na frente da aeronave. O vídeo mostra que havia muita neblina durante o voo, o que deixou a visibilidade ruim. Segundo a família, essa foi a última vez que a jovem deu notícias.
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