Crianças diante de veículo de TV palestina atingido por ataque de Israel na Faixa de Gaza, em 26 de dezembro de 2024.
Ramadan Abed/ Reuters
Autoridades de Gaza disseram que um ataque aéreo israelense matou cinco jornalistas palestinos do lado de fora de um hospital nesta quinta-feira (26).
O Exército de Israel negou e alegou que atacou um veículo que transportava integrantes da Jihad Islâmica.
Os médicos disseram que os cinco estavam entre as pelo menos 21 pessoas mortas em ataques aéreos israelenses em todo o enclave antes do amanhecer, enquanto o Hamas e Israel trocam acusações sobre os atrasos na obtenção de um acordo de cessar-fogo após mais de 14 meses de combates.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirmou que um ataque matou cinco jornalistas do canal Al-Quds Today que estavam em um veículo de transmissão em frente ao Hospital Al-Awda, no campo de refugiados de Al-Nuseirat, no centro de Gaza.
O vídeo do local mostrou os destroços retorcidos de uma van branca com o que parecia ser os restos da palavra “PRESS” em vermelho nas portas traseiras.
O sindicato informou que mais de 190 jornalistas palestinos foram mortos por fogo israelense desde o início da guerra em outubro de 2023.
O canal baseado em Gaza chamou o ataque de massacre e disse em um comunicado no Telegram que os cinco “foram mortos enquanto cumpriam seu dever humanitário e de mídia”.
Os militares israelenses disseram que “realizaram um ataque preciso em um veículo com uma célula terrorista da Jihad Islâmica dentro na área de Nuseirat”.
Israel tem negado regularmente ter como alvo jornalistas e diz que toma medidas para evitar atingir civis.
Médicos no enclave disseram que outras oito pessoas foram mortas e 20 ficaram feridas em um ataque aéreo israelense a uma casa no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza. O número de mortos pode aumentar, pois muitas pessoas ficaram presas sob os escombros, acrescentaram.
Na Cidade de Gaza, um ataque israelense a uma casa no subúrbio de Sabra matou mais oito pessoas, segundo os médicos, elevando o número de mortos na quinta-feira para 21.
Na quarta-feira, o grupo militante palestino Hamas e Israel trocaram acusações sobre o fracasso em concluir um acordo de cessar-fogo, apesar do progresso relatado por ambos os lados nos últimos dias.
O Hamas disse que Israel estabeleceu novas condições, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o grupo de voltar atrás em entendimentos já alcançados.
“A ocupação estabeleceu novas condições relacionadas à retirada, ao cessar-fogo, aos prisioneiros e ao retorno dos deslocados, o que atrasou a obtenção do acordo que estava disponível”, disse o Hamas.
Netanyahu respondeu em um comunicado: “A organização terrorista Hamas continua a mentir, está renegando os entendimentos que já foram alcançados e continua a criar dificuldades nas negociações”.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns para Gaza, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, a campanha de Israel contra o Hamas em Gaza já matou mais de 45.300 palestinos, de acordo com autoridades de saúde no enclave administrado pelo Hamas. A maior parte da população de 2,3 milhões de pessoas foi deslocada e grande parte de Gaza está em ruínas.