Gerdau demite 100 trabalhadores após fim de layoff em fábrica de Pindamonhangaba, SP


Segundo o sindicato, os trabalhadores estavam em layoff, que é o modelo de suspensão do contrato de trabalho. Eles foram demitidos após ficarem cinco meses afastados das funções. Fábrica da Gerdau em Pindamonhangaba
Divulgação
A Gerdau, empresa brasileira produtora de aço, anunciou na tarde desta quarta-feira (14) que demitiu 100 trabalhadores da fábrica de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores demitidos estavam em layoff, que é quando ocorre a suspensão temporária do contrato de trabalho, por queda na produção da fábrica ou questões financeiras da empresa.
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Cerca de 180 funcionários ficaram cinco meses em layoff. Ao menos 100 trabalhadores desse grupo foram demitidos ao voltar para o trabalho nesta quarta-feira (14).
Por meio de nota, a Gerdau alegou que as demissões ocorreram “após o período de layoff promovido pela companhia, e seguem o reflexo do cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro frente às condições predatórias de importação de aço chinês”.
Ainda na nota, a Gerdau destacou que “pede a urgência na adoção de uma tarifa emergencial de 25% sobre as importações de aço para assegurar a sustentabilidade de suas operações e do setor do aço nacional, bem como a manutenção dos empregos da área”.
Ao g1, o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba informou que, em algumas reuniões, a Gerdau já havia comunicado a possibilidade das demissões, por não conseguir reintegrar todos os trabalhadores em layoff, diante da queda na produção.
Ainda segundo o sindicato, a entidade tem negociações em andamento com a empresa – leia nota completa mais abaixo.
A unidade da Gerdau em Pinda atua no ramo de aços especiais. Após as demissões, a empresa passou a ter cerca de 2,5 mil funcionários.
Nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba
“O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba informa que tem negociações com a direção da Gerdau de Pindamonhangaba sobre a queda na produção há um ano. Nas primeiras reuniões, a empresa afirmava que o excedente de mão de obra era de 400 funcionários. Inicialmente, foi possível administrar a baixa demanda no setor de Construção Mecânica com o acordo de banco de horas firmado com o Sindicato e férias individuais.
Após isso foi negociado um acordo de layoff, com duração de 5 meses, que se encerrou nesta quarta-feira, dia 14 de fevereiro. Inicialmente o layoff era para 220 funcionários, foi possível reduzir para 178, e com condições favoráveis para os trabalhadores.
Na última reunião, a empresa havia sinalizado que não seria possível fazer a renovação do acordo de layoff, apesar da insistência do Sindicato, mas não estava definido número de demissões. O Sindicato estava acompanhando o retorno dos trabalhadores do layoff quando foi surpreendido com o volume de demissões.
O Gecex-Camex, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Governo Federal, já realizou duas alterações na taxa de importação do aço para inibir a entrada de produtos vindos da China. Contudo, a direção da Gerdau continua pressionando para ter taxas ainda mais favoráveis ao seu negócio e realizando ameaças de demissão, mesmo que seus relatórios financeiros demonstrem que a empresa “sustentou níveis saudáveis de rentabilidade”.
Um protesto na empresa não está descartado.”
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