Indicado por Bolsonaro para compor a chapa com o prefeito, coronel Mello Araújo será responsável por coordenar o plano de chuvas, segundo o prefeito. Edsom Ortega seguirá na pasta de Projeto Estratégicos. Vice-prefeito de SP, Mello Araújo (PL), discursa durante a reunião de secretariado nesta quinta-feira (2), lado do prefeito de outros secretários nomeados.
Leon Rodrigues/Secom/PMSP
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), desistiu de nomear o vice, coronel Mello Araújo (PL), como secretário de Projeto Estratégicos. Edsom Ortega vai seguir no comando da pasta. A informação foi divulgada à imprensa durante agenda nesta quinta-feira (2).
“Com relação ao coronel Mello, pode ter a nomeação [do Ortega], mas isso não muda muito, porque ele [Mello] é o vice-prefeito. Por exemplo, agora ele vai coordenar a questão do plano de chuvas, porque integra várias secretarias”, explicou Nunes.
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Em novembro, o emedebista havia anunciado que o coronel, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assumiria a Secretaria de Projeto Estratégicos, responsável por propor, planejar e acompanhar a integração das ações governamentais.
A pasta é responsável por atuar em momentos de crise que exijam articulação com vários setores da gestão municipal, como a Cracolândia.
Nunes não informou o motivo pelo qual desistiu da nomeação do coronel à secretaria. Ele se limitou a informar que, “no âmbito geral da Prefeitura de São Paulo, as ações estratégicas ficam com o coronel Mello, o vice, como o responsável de acompanhar, delegar e cobrar as ações para que a gente possa entregar e avançar nas políticas públicas que a gente pactuou com a cidade”.
Coronel Mello Araújo (PL), candidato a vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB)
ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Quem é Mello Araújo
Ricardo Augusto de Mello Araújo é coronel aposentado da Polícia Militar e ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar),
Com 53 anos, Mello Araújo vem de uma família de militares e foi a terceira geração a atuar na segurança pública de São Paulo.
Em 2020, ele foi convidado pelo então presidente Bolsonaro a assumir a presidência do Ceagesp e, neste ano, indicado como vice na chapa que disputou a Prefeitura de SP.
Ainda como comandante da Rota, em 2017, o futuro vice da cidade se envolveu em uma polêmica ao diferenciar uma abordagem policial realizada no Jardins e na periferia em declaração feita em entrevista ao UOL.
“Você pega o policial que trabalha nos Jardins, a forma como ele vai lidar com a comunidade ou com as pessoas que transitam por lá é totalmente diferente do policial que trabalha na periferia. Ele usa a mesma técnica, vai trabalhar com a mesma doutrina, mas a forma de se abordar e de se falar com a pessoa é diferente”, afirmou.
“Porque aquela comunidade numa região periférica, se eu colocar o policial do Jardins para trabalhar, ele vai ter, no começo, uma dificuldade pra se adaptar a essa realidade. É uma outra realidade, são pessoas diferentes que transitam por lá. Se ele for abordar a pessoa da mesma forma que abordaria uma pessoa no Jardins, ele vai ter dificuldade, ele não vai ser respeitado. Da mesma forma, se eu coloco um da periferia pra lidar, falar da mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode ser grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali andando. Até da forma de falar, o policial tem que se adaptar àquele meio que ele está naquele momento.”
Durante a participação em um podcast policial, em agosto, o coronel relembrou a fala e negou as acusações de que estaria defendendo um tratamento diferenciado da PM nas áreas nobres de São Paulo.
Ele afirmou que estava apenas relatando que existem protocolos diferentes para cada situação, o que inclui desde linguagem corporal ao uso de gírias e expressões para se comunicar com as diferentes realidades.
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O coronel Mello de Araújo, ex-presidente da Ceagesp na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Reprodução/Instagram
Estrutura de governo
Neste segundo mandato como prefeito, Nunes e Mello Araújo terão 22 secretarias e quatro órgãos de gestão e controle, totalizando 26 órgãos municipais.
O novo gabinete assume em meio as discussões sobre o aumento do preço da tarifa de ônibus de R$ 4,40 para para R$ 5 a partir de 6 de janeiro.
Após a cerimônia e o juramento, Nunes e o vice deixaram a Câmara para dar posse ao novo secretariado numa solenidade no Theatro Municipal, com 1.500 convidados.
Confira os secretários:
Governo: Edson Aparecido
Casa Civil: Enrico Misasi
Justiça: Eunice Prudente
Fazenda: Luís Felipe Vidal Arellano
Infraestrutura Urbana e Obras: Marcos Monteiro
Saúde: Luiz Carlos Zamarco
Assistência e Desenvolvimento Social: Eliana Gomes
Transporte e Mobilidade Urbana: Celso Caldeira
Esportes e Lazer: Rogério Lins
Educação: Fernando Padula
Cultura e Economia Criativa: Totó Parente
Habitação: Sidney Cruz
Verde e do Meio Ambiente: Rodrigo Ashiuchi
Desenvolvimento Econômico e Trabalho: Rodrigo Goulart
Segurança Urbana: Orlando Morando
Subprefeituras: Fabrício Cobra
Pessoa com Deficiência: Silvia Grecco
Direitos Humanos e Cidadania: Regina Santana
Urbanismo e Licenciamento: Bete França
Inovação e Tecnologia: Milton Vieira
Relações Internacionais: Angela Gandra
Gestão: Marcela Arruda
Turismo: Rui Alves
Comunicação: Fábio Portela
Procuradora Geral do Município: Luciana Sant’Ana Nardi
Controlador-Geral do Município: Daniel Falcão
Executivo de Mudanças Climáticas: José Renato Nalini
Executivo de Planejamento e Eficiência: Clodoaldo Pelissioni
Executivo de Mobilidade e Trânsito: Gilmar Pereira Miranda